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Gabeira e Fruet anunciam lançamento de frente parlamentar anticorrupção

27/2/2009

No Senado, Jarbas vai pedir mobilização popular por reforma política

BRASÍLIA. Diferentemente do PMDB, que preferiu se calar diante das denúncias feitas pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) de que o partido teria se especializado em corrupção, um grupo suprapartidário encabeçado pelos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) planeja lançar, terça-feira, uma frente parlamentar anticorrupção. No mesmo dia, Jarbas usará a tribuna para conclamar a sociedade a cobrar do Congresso a aprovação de uma reforma política, que poderia moralizar os partidos políticos, e um projeto que apresentará restringindo nomeações políticas para cargos de confiança em empresas públicas e autarquias.

Esses temas serão adotados como prioridades pela frente anticorrupção, que deverá reunir cerca de 30 de um total de quase 600 parlamentares.

- A frente anticorrupção é uma necessidade e, mesmo que só reúna uma minoria, será importante para tentarmos impor alguns limites à atuação da maioria - disse Gabeira.

Para Fruet, se a frente não for carimbada como movimento de oposição, poderá se ampliar. Ele defende a importância de não se deixar as denúncias feitas por Jarbas caírem no vazio:

- O importante é não deixar esfriar. Claro que não temos a ilusão de que isso vai resolver a situação, mas há espaço para discutirmos pontos para moralizar a política brasileira.

Uma das metas da frente é fazer com que o Congresso conclua a aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) que acaba com o voto secreto em processos por quebra de decoro. A proposta já foi aprovada pelo Senado e aguarda a votação em segundo turno da Câmara.

Os presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), anunciaram a criação de uma comissão mista para consolidar, dentro de 30 a 40 dias, os projetos sobre reforma política que existem nas duas Casas.

- Vamos colocar a reforma política numa agenda nacional para a sociedade amadurecer as propostas. Avançamos na área social, econômica, mas como políticos não conseguimos avançar - afirmou Sarney

O GLOBO