O Brasil possui um número excessivo de bacharéis em Direito, o que torna os salários baixos para boa parte dos advogados que trabalham na iniciativa privada. Dessa forma, a maioria almeja uma vaga na área pública. Quem busca uma oportunidade nos concursos da área Jurídica visa a uma boa remuneração, estabilidade e benefícios de plano de carreira, auxílios para cursos de aperfeiçoamentos, como mestrado e doutorado. Além disso, muitos têm planos de saúde e odontológico, inclusive para seus dependentes. A jornada para conseguir uma vaga é longa, porém, os salários altos compensam a concorrência acirrada.
Segundo o professor de Direito Civil da faculdade Damásio de Jesus, Vitor Kumpel, a disputa por uma vaga nos concursos públicos tem sido cada vez maior e a tendência é aumentar. "No período de turbulência em que estamos vivendo, passa a ser um sonho do cidadão não ficar ao sabor de um mercado tão turbulento. O grau de concorrência tem sofrido notória majoração em todos os âmbitos, quer nos concursos que exigem apenas o primeiro grau até os que exigem curso superior, mas pelos altos salários e benefícios oferecidos vale a pena se esforçar para conseguir uma vaga", afirma Kumpel.
Há casos de trezentos candidatos por vaga. Entretanto, muitos são os candidatos e poucos são os preparados. Para a professora de Direito Constitucional e Processual Penal do Obcursos, Denise Vargas, muitos concursandos acreditam que a prática forense resolverá a sua aprovação no concurso ou que um cursinho será a solução. Mas, apenas cerca de 5% têm efetiva condição de aprovação nos concursos.
Os concursos com maior número de candidatos são os de Analista Judiciário e Procurador Federal. Há também muitas vagas para a Advocacia Geral da União (AGU), que necessita de advogados para defenderem os interesses da União, judicial e extrajudicialmente. Os cargos de Juiz Substituto de Direito, federais e trabalhistas, membros do Ministério Público e serventuário da justiça também são muito requisitados. "O cargo mais requisitado é o de Analista Judiciário, pois muitos recém-formados começam a carreira como analistas de tribunais para futuramente pleitearem um cargo que se identifiquem mais", relata a professora Denise.
Do Jornal de Brasília