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Médicos param por 24 horas em Aracaju e ameaçam com greve a partir desta terça

2/3/2009

O GLOBO

ARACAJU - Os médicos da rede municipal de Aracaju, em Sergipe, decretaram paralisação de 24 horas nesta segunda-feira e greve por tempo indeterminado a partir de terça. Nesta manhã, os médicos fizeram um protesto na porta do Centro Administrativo da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). A categoria está lutando pela implantação do piso salarial, que neste ano, com as correções, foi avaliado em R$ 8.290.

- Hoje a nossa paralisação é de alerta, mas nós estamos na esperança de sermos atendidos pelos secretários para evitar a greve prevista para amanhã - disse o presidente do Sindicato dos Médicos (Sindimed), José Menezes, ao ressaltar que os médicos que participaram da última paralisação tiveram cortes nos salários.

- O secretário falou que ia se reunir hoje com a gente e anunciaria as propostas do governo municipal, mas até agora não recebemos nenhum comunicado - completou.

A categoria luta pela implantação do piso salarial desde outubro do ano passado.

- Queremos negociar para evitar desgastes com os médicos, com os gestores e com a população, que fica sem atendimento - enfatizou José Menezes.

Segundo ele, uma das propostas da categoria, é que o piso salarial seja implantado aos poucos. Ou seja, 33% este ano, 33% no próximo e mais 33% no ano subseqüente. Toda rede municipal de saúde conta com cerca de 340 médicos concursados. Desses, 100 estão no Programa de Saúde da Família (PSF), 60 são plantonistas e 180 são especialistas. A média de atendimento é de quatro pacientes por médico. Ou seja, com a greve mais de mil pessoas ficarão sem atendimento diariamente nos postos de saúde e hospitais municipais.

O secretário de governo, Bosco Rollemberg, informou que o calendário das segundas rodadas de negociações salariais dos servidores será divulgado nesta segunda, inclusive o da categoria médica.

- Os médicos não terão uma resposta hoje. Respeitamos a autonomia do sindicato e o direito dos trabalhadores, mas estamos estudando nossos custos e analisando os impactos com a crise econômica financeira, e vamos negociar com eles. Não podemos definir nada hoje. O nosso princípio básico é garantir o atendimento ao público - declarou o secretário.

De acordo com Bosco Rollemberg, o calendário de negociações está tomando como base a crise econômica que o país está sofrendo.

- Estamos estudando os impactos da crise na economia em Sergipe. No setor privado pode refletir em redução na atividade produtiva, que é o desemprego. Para os gestores públicos o problema reflete numa menor arrecadação e redução da atividade produtiva também. A orientação que recebemos do prefeito, Edvaldo Nogueira, é que a gente não prejudique a atividade fim - ressaltou.

Nas negociações salariais, o impacto da crise também está sendo estudado.

- Pode haver redução de cargos de confiança, entre outros - afirmou.


O GLOBO apud EM SERGIPE.COM