JUSTIÇA ELEITORAL
BRASÍLIA – O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cassou na madrugada de ontem, por 5 votos a favor e 2 contrários, o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e do vice dele, Luiz Porto (PPS), sob o argumento de que nas eleições de 2006 houve compra de votos e abuso de poder econômico e político, com uso da máquina do Estado. A decisão cabe recurso.
Com a cassação de Lago (PDT), o PMDB já contabiliza o comando de um terço dos 27 Estados, mas a volta dos Sarney ao poder no Maranhão vai demorar um pouco mais. Segunda colocada na eleição de 2006, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) passará a seu vice João Alberto de Souza, também do PMDB, a tarefa de tocar o governo até que ela se recupere de uma cirurgia para a retirada de um aneurisma cerebral. “Não vou deixar de operar para assumir o governo”, resumiu a senadora que acompanhou de casa, pela televisão, o julgamento de Lago que avançou pela madrugada.
Roseana disse que não haverá desconforto algum se tiver que assumir o governo por decisão judicial. “Todas as pesquisas eleitorais mostraram o tempo todo que o povo preferia meu nome e, ainda hoje, me apontam como melhor governadora que o Estado teve”, argumenta. Nem por isto, pretende desmontar tudo o que está sendo feito por Lago. “O que estiver dando certo, não tem porque mudar. Não é porque sou oposição que tenho que mudar tudo”.
A Executiva Nacional do PDT divulgou nota oficial de solidariedade a Jackson Lago. O PDT disse apoiar todos os recursos que serão ajuizados em favor de Lago no TSE. Também condenou as acusações atribuídas ao governador, afirmando que elas são uma prática dos adversários de Lago, e não dele.
“É inacreditável e demonstra total desconhecimento da realidade política maranhense atribuir a Jackson Lago exatamente a prática dos seus adversários, conhecidos nacionalmente por abusar do seu incontestável poder econômico e político”, diz a nota. Os ataques aos adversários se referem ao grupo da família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
SERGIPE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou ontem pedido do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) para que fosse extinto o processo de cassação de mandato do governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), acusado de promover propaganda eleitoral irregular durante a campanha de 2006. Com a decisão, o Tribunal dá prosseguimento ao processo, que só espera parecer da Procuradoria Geral da República para que seja julgado pelos ministros do TSE.
O PTB pediu a extinção da ação alegando que não tem interesse em seu prosseguimento. Para o TSE, apesar de o PTB não querer levar a ação adiante, o processo segue seu trâmite normal, pois a Corte reconhece a legitimidade do Ministério Público Eleitoral (MPE), que manifestou-se pela continuidade do processo, embora não tenha sido o MPE o autor da proposta.
Além do processo contra Marcelo Déda, tramitam no TSE pedidos para cassação dos mandatos dos governadores de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), de Rondônia, Ivo Cassol (sem partido), de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB), do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), e do Amapá, Waldez Góes (PDT).
FONTE: JORNAL DO COMÉRCIO