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POLICIAIS MILITARES PODEM ENTRAR EM GREVE

24/3/2009

Após três meses de negociações com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), os representantes das Associações Unidas da Polícia Militar afirmaram que voltaram a ‘estaca zero’. Em tom de insatisfação, o sargento Vieira e o cabo Palmeira reclamaram do posicionamento do secretário Kércio Pinto na reunião desta segunda-feira, 23. “O Governo não apresentou nenhuma proposta e a categoria poderá paralisar as atividades como forma de protesto”, afirmou o cabo.

Os policiais militares vinham negociando com a SSP desde o início do ano e já apresentaram aos representantes do Governo três propostas principais. Isonomia salarial com a Polícia Civil, estabelecimento de nível superior para ingresso na Polícia Militar (PM) e estabelecimento de carga horária são as principais reivindicações da categoria. “O que nós queremos é a valorização do policial militar, pois na atual conjuntura, sofre o profissional de Segurança Pública e sofre a sociedade”, ressaltou o sargento Vieira.


"Policiais poderão paralisar atividades" / Foto: Arquivo Infonet
De acordo com ele, a expectativa da categoria era que o secretário Kércio Pinto apresentasse uma proposta de reajuste salarial. “Mas o secretário afirmou que não tem poder de decisão sobre o assunto e demonstrou que não tem condições de permanecer à frente da SSP”, criticou o sargento. Além disso, ele reclamou da falta de perspectivas de resposta do Governo. “Não há prazo para o anúncio de uma proposta por parte da SSP e por isso, a possibilidade de aquartelamento é grande”, ressaltou Vieira.

“Queremos manter o diálogo”

O secretário Kércio Pinto afirmou que a reunião foi produtiva e destacou que o interesse do Governo é continuar negociando com os policiais militares. “Estamos conversando e analisando a medida mais viável para que as reivindicações da classe sejam atendidas”, explicou Kércio.


Secretário Kércio Pinto acredita no debate / Foto: Arquivo Infonet
Ele ressaltou que as propostas dos PM’s precisam ser analisadas, para que nenhuma decisão seja tomada sem um prévio estudo. “A proposta do nível superior, por exemplo, deve ser estudada e nós defendemos que para o ingresso de oficiais seja exigido o nível superior, mas não para todos os níveis”, ilustrou o secretário.

Quanto ao reajuste salarial, Kércio argumentou que antes da definição dos valores será necessário fazer um estudo de impacto na folha da SSP, junto ao Governo do Estado. “Precisamos avaliar a proposta com as secretarias de Estado da Administração e da Fazenda, para que um valor seja estabelecido”, esclareceu ele.

Paralisação

Na próxima quinta-feira, 26, os policiais militares estarão reunidos em assembléia no Clube do Cotinguiba, a partir das 14h, para debater sobre o andamento das negociações com o Governo e votar uma possível paralisação da categoria. Atualmente, existem cerca de 7 mil policiais militares atuando em Sergipe.

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