Prefeitura não reconhece movimento, nem deve negociar com grupo.
Trabalhadores reivindicam reajuste salarial e aumento da segurança.
Motoristas e cobradores de Aracaju decidiram cruzar os braços na madrugada desta sexta-feira (27), para reivindicar reajuste salarial. De acordo com a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), cerca de 100 mil pessoas foram prejudicadas pela paralisação do transporte.
De acordo com a SMTT, a prefeitura não reconhece o movimento, nem está disposta a negociar, por tratar-se de uma paralisação organizada por um grupo dissidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra).
Segundo o motorista Adriano Oliveira, porta-voz do grupo responsável pela paralisação, os trabalhadores exigem, além do reajuste salarial, maior segurança contra assaltos, além do pagamento de horas-extras.
Os motoristas e cobradores decidiram parar, de acordo com Oliveira, por não conseguir chegar a acordo com o Sinttra sobre o reajuste.
"Ato irresponsável"
O Sinttra, através de seu vice-presidente Miguel Belarmino, afirma que não reconhece nem aprova a paralisação do grupo na manhã desta sexta-feira. "Trata-se de um ato irresponsável, que não tem apoio do Sindicato", diz.
Belarmino declarou que alguns ônibus foram atacados por homens em motocicletas. Os homens teriam obrigado os motoristas a entregarem as chaves dos veículos. Alguns ônibus tiveram os pneus esvaziados. A Secretaria Municipal de Transportes confirmou os episódios.
Questionado, Oliveira declarou não ter conhecimento sobre as ações de violência contra os veículos. Segundo ele, alguns ônibus teriam sido atacados pela população, revoltada com a falta de transporte no início da manhã.
Negociação
Na próxima terça-feira (31), de acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, haverá uma audiência de conciliação, na Justiça do Trabalho, com a participação de trabalhadores, sindicatos e empresas de transportes. Oliveira afirma que o grupo não foi notificado sobre a audiência.
Ainda de acordo com o porta-voz do grupo, 30% da frota está circulando na capital, conforme exigência da lei. O restante deve permanecer fora das ruas até que os sindicatos façam proposta. Já a secretaria estima que menos de 30% dos ônibus estejam em circulação.
Do G1, em São Paulo