A Petrobrás e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) chegaram a um acordo que garante a interrupção, no prazo previsto, da greve de cinco dias iniciada na segunda-feira. "Estamos propondo às assembleias que aprovem a proposta", disse, no fim da tarde de ontem, o coordenador da FUP, João Antônio Moraes. Os sindicatos do Rio Grande do Sul, Litoral Paulista, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Alagoas/Sergipe e
Pará/Amazonas/Maranhão/Amapá, no entanto, não vão indicar aprovação da proposta.
A questão ganhou ares de confronto anteontem, quando, após dois dias de reuniões, a FUP divulgou nota acusando a estatal de ameaçar os grevistas. A afirmação foi rebatida em seguida pela estatal, que afirmou, também em nota, que pretendia apenas "apurar eventuais excessos cometidos". "Ontem (quinta-feira) só não fechamos acordo porque a empresa insistia em manter uma cláusula dizendo que iria apurar os excessos", disse o sindicalista. "Agora, a Petrobrás garante que não haverá punição a ninguém", completou Moraes.
Segundo ele, a companhia se comprometeu ainda com medidas que podem aumentar a segurança dos trabalhadores, como a discussão conjunta das políticas do setor e a realização de encontros entre os responsáveis pela segurança em unidades operacionais. Além disso, ampliou a proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 11,5% para pouco menos de 13% dos recursos distribuídos aos investidores.
Em seu último balanço da greve, a Petrobrás diz que o fornecimento de combustíveis não foi afetado durante a mobilização. Equipes de contingência foram acionadas para manter as operações.
Nicola Pamplona - O ESTADO DE SÃO PAULO