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Déda almoça com Deputados e indica Clóvis Barbosa como candidato ao TCE

3/4/2009

Diógenes Brayner

O governador Marcelo Déda (PT) marcou, para hoje, um almoço com os deputados estaduais da bancada aliada. A agenda já foi divulgada: indicação de um nome para disputar a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), aberta com a aposentadoria de Flávio Conceição, que ainda não teve o mérito do recurso que a contesta  julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado. Déda anunciará o nome do seu candidato: atual secretário de Governo, advogado Clóvis Barbosa, que é bem preparado para exercer qualquer função no Estado. O governador vai pedir apoio de sua bancada, mesmo sabendo que a vaga pertence ao legislativo. O processo para cobrir uma vaga que ainda tramita na justiça já foi aberta e é possível que a Assembléia Legislativa declare a vacância do cargo antes mesmo que o TJ julgue o mérito. Ontem, no final da tarde, Marcelo Déda conversou com alguns parlamentares, inclusive Susana Azevedo (PSC) e José Carlos Machado (DEM), pretendentes ao cargo.

Déda dirá que vai precisar dos votos dos aliados, para fortalecer a posição do Governo...

A deputada Susana Azevedo não abriu da candidatura, mesmo a pedido do governador. Diz que tem o aval do seu partido e de colegas da oposição: “vou tentar – disse ela – e seja o que Deus quiser”. Susana teria dito a Marcelo Déda que recuar da candidatura num momento desses, principalmente depois de ter conversado com o governador, daria margem a críticas e até desconfiança de que teria negociado a sua desistência: “isso não seria bom nem para mim e nem para o governador”. Déda chegou a dizer para Susana Azevedo que não tinha nada de pessoal contra ela, mas trabalharia contra sua candidatura em razão do seu sucessor. A deputada saindo quem assume é o primeiro suplente Nicodemos Falcão (DEM), o que engrossaria o cordão da oposição. Lógico, o governador não deseja isso. Nenhum governador desejaria.

A deputada Susana Azevedo entregou alguns cargos que foram indicados por elas: “poucos”, disse. O presidente de honra do PSC, Edvan Amorim, esteve quarta-feira com o governador Marcelo Déda, acompanhado dos prefeitos aliados Walmir Monteiro (Lagarto) e César Mandarino (Itaporanga D’Ajuda). Segundo a deputada, o empresário Edvan Amorim reafirmou o apoio do partido a ela, como havia garantido antes, para atender uma decisão da bancada. A verdade é que dentro do PSC existe pelo menos dois parlamentares que jamais deixarão de acompanhar o governador, mesmo que tenham fechado com Susana Azevedo. O deputado federal José Carlos Machado (DEM) também esteve com Marcelo Déda ontem à tarde. O assunto foi o mesmo. Machado ainda solicitou que o Governo ficasse com a próxima vaga, que se abre com a aposentadoria do conselheiro Antônio Manoel de Carvalho. Nada feito.

Membros do DEM não gostaram da ida de Machado ao Palácio dos Despachos, para conversar com o governador Marcelo Déda sobre a eleição para preenchimento da vaga que pode ser aberta com a possível aposentadoria do conselheiro Flávio Conceição. Um dos membros da bancada revelou que o DEM terá um candidato que seja deputado ou ex, porque a vaga é de um parlamentar e a Assembléia sempre cede ao Governo, e isso demonstra a fragilidade do poder. O deputado estadual Augusto Bezerra (DEM) contabiliza 12 votos caso o seu partido faça uma composição com o PSC. Lembra, entretanto, que a disputa não é contra o Governo, mas a favor da Assembléia Legislativa, que tem o dever de lutar pelo direito de indicar a vaga que lhe pertence no Tribunal de Contas.

A deputada Susana Azevedo disse, também, que o presidente da Assembléia Legislativa, Ulices Andrade (PDT) reivindicou a vaga. Mas Déda também o aconselhou a ficar fora, lembrando que o seu suplente é o Nicodemos Falcão. Há outra versão sobre a questão de Ulices: preocupação com o resultado do processo de cassação do governador Marcelo Déda, que será julgado pelo TSE. Na avaliação do Governo, seria o presidente da Assembléia, Ulices Andrade, que assumiria o Executivo, em caso de cassação, e comandaria um novo pleito no Estado.