Órgão entende que construção de outro hospital em Aracaju poderia resolver problemas do João Alves
Na manhã desta sexta-feira, dia 9, a promotora de Justiça dos Direitos à Saúde do Ministério Público do Estado de Sergipe (MPE), Mirian Teresa Cardoso Machado, colocou em xeque a política de interiorização da saúde pública que vem sendo colocada em prática pelo governo do Estado. A promotora ressalvou, entretanto, não caber ao MP - tampouco ao Poder Judiciário - intervir nas políticas públicas. Nas escolhas do governo.
"Tem que se analisar muito se essa interiorização vai funcionar. Claro a diferença da administração anterior para essa é que existe um concurso onde os concursados estão ligados às unidades do interior. Pode ser que funcione. Sergipe é muito pequeno. Talvez se a escolha fosse fazer outra grande unidade hospitalar aqui (Aracaju) ou outras unidades que pudessem dar suporte ao João Alves, talvez isso funcionasse", entende Mirian.
A promotora externou seu juízo durante uma entrevista na FM Liberdade, após o vereador Nitinho (DEM) prometer apresentar um requerimento na Câmara Municipal solicitando a presença constante do MP no Hospital João Alves Filho para flagrar o que define como caos. Mirian Teresa, entretanto, lembrou ao vereador que o MP nunca deixou de acompanhar o problema, mas não tem estrutura para dar um plantão permanente no local, até por existirem outros hospitais.
"Esta semana, estive no Hospital João Alves e, mais uma vez, nos deparamos com uma situação em que as pessoas estavam expostas à sua dignidade na hora de fazer o banho. Entrei em contato de imediato com a administração na rapidez que o caso requer. Solicitamos que fossem retiradas as macas e os leitos que estavam em desacordo com o princípio e a dignidade humana. De imediato também, o diretor encaminhou as providências. Eu disse a ele que, na próxima semana, o MP estará lá para verificar se as irregularidades já foram sanadas", prometeu.
A promotora disse que não apenas neste mais em outros governos há a política de concentrar os serviços de alta e média complexidade no Hospital João Alves Filho. "Há uma superlotação que inviabiliza, isso é claro, a consecução de um trabalho digno e efetivo dado população sergipana. Hoje, como ontem, os administradores, estão mais uma vez, tentando interiorizar a assistência hospitalar. Estão preferindo ampliar os serviços das unidades hospitalares para que as pessoas fiquem nos seus municípios", disse.
Da redação do Universo Político.com - Por Joedson Telles
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