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Pacientes devem ter cuidado ao interpretar exames

25/9/2009

Eles têm o direito de olhar o resultado antes de apresentá-lo ao médico, mas não devem se precipitar para não se confundir com o laudo.

O paciente tem o direito de olhar o resultado de exames antes de voltar e apresentá-los ao médico. Alguns médicos dão bronca porque há pacientes que ficam interpretando o resultado. Mas o exame é do paciente e ele pode e tem o direito de abri-lo, só é preciso muito cuidado na hora de interpretá-lo, papel que cabe ao médico.

Em São Paulo, para garantir esse direito, um laboratório passou a gravar os laudos em áudio para que os pacientes cegos possam saber o resultado sem ter que pedir ajuda.



A voz da médica lendo o resultado do exame é gravada. Ela não comenta os dados, apenas reproduz o que está escrito. O laudo em áudio é gravado em um CD para o paciente. A novidade é de um laboratório paulista que faz, em média, 1,7 milhões exames por mês.

“A nossa intenção era a inclusão social, era dar a oportunidade ao paciente que tem uma deficiência visual de ter acesso aos seus laudos de uma forma individual, sem depender de ninguém para ajudá-lo a fazer essa leitura”, explica a patologista clínica do laboratório Delboni, Ana Letícia de Aquino Daher.

Ter acesso aos resultados dos exames é um direito de cada um, mas os médicos dizem que os pacientes mais curiosos precisam ter cuidado. A interpretação dos laudos é importante e deve ser feita por um especialista.

Gustavo Santos da Silva, de 22 anos, como muitos pacientes, costuma abrir e ler os laudos, mas não conta para o médico. “Quando você abre sem rasgar o adesivo e depois fecha, eu acho que nem ele mesmo percebe que foi aberto. É um pouco de malandragem”, afirma.

Nem precisa de malandragem. O doutor explica que o exame é do paciente e não do médico. Portanto, ele pode abrir quando quiser. “Ele te traz os exames apenas para a sua consulta. O exame é dele, ele é o proprietário do prontuário, assim como ele proprietário dos exames que ele fez”, explica um médico.

Dependendo do tipo de exame e do grau de ansiedade, o publicitário Fernando Ciavolella abre o laudo antes de ir ao médico. “Acho que tem que ser curioso sim, pesquisar e saber o que significa, as consequências, enfim, que é bom para a gente”, acredita.

Não há mal algum em tentar entender os exames, mas tem paciente que se confunde. “Ele não entende, se o negativo, é bom ou ruim para ele ou, se o positivo, é bom ou ruim para ele. Isso pode gerar um sofrimento enorme para esse paciente, que não tem preço e não tem razão. Olhar um exame não é só você ler o laudo. Você tem uma interpretação associada ao quadro que o seu paciente lhe trouxe”, defende o clínico geral Milton Glezer.

Fonte: Bom Dia Brasil


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