REGIÕES GEOECONÔMICAS
O Estado possui 75 municípios agrupados em 13
microrregiões geográficas, organizando-se em
regiões geoeconômicas como:
- Litoral: corresponde à faixa costeira;
- Cotinguiba: tradicional zona canavieira,
localizada nos vales férteis dos rios Cotinguiba,
Sergipe e Japaratuba;
- Agreste: localizada entre o Litoral e o
Sertão, voltada para os cultivos de
subsistência, outros cultivos e criação de gado
leiteiro;
- Baixo São Francisco: região ribeirinha que se
presta para o cultivo do arroz, mas, em parte,
vem sendo utilizada para a produção de frutas
por meio de modernos sistemas de irrigação;
- Sertão: situa-se na parte oeste do estado,
predominando a caatinga, a pecuária extensiva e
as grandes fazendas de gado bovino.
VEGETAÇÃO
A cobertura vegetal está praticamente extinta
devido ao desmatamento, desde os tempos de sua
conquista e colonização até os dias atuais,
quando, a exemplo de todo o Nordeste, o homem
fez a associação do machado e do fogo para
destruir o ambiente natural, a fim de dar lugar
às pastagens e à lavoura, sobretudo da
cana-de-açúcar e, depois, do algodão e de outras
culturas. A vegetação nativa, hoje, cobre menos
de 5% do território sergipano. Do que resta
merece destaque:
- Vegetação litorânea: formada por campos de
dunas, matas de restinga e manguezais.
- Floresta atlântica: aparece nos topos das
colinas e sopé das serras, apresentando o
extrato arbóreo, o arbustivo e o herbáceo.
- Mata do agreste: composta por associações
vegetais de exuberância bem menor que a floresta
atlântica.
- Caatinga: vegetação típica do semi-árido, com
formação arbustiva rala, recobrindo o solo com
plantas adaptadas à seca, formada por cactáceos,
poucas árvores e muitos arbustos retorcidos.
- Cerrado: vegetação de gramíneas, a exemplo do
capim de tabuleiro, apresentando manchas
isoladas de árvores e arbustos.
CLIMA
O clima do Estado de Sergipe é controlado pelos
sistemas tropical e equatorial. É um domínio de
clima quente, com temperaturas médias mensais
superiores a 24 graus centígrados. Os ventos
dominantes são os alísios de sudeste e do
nordeste. As chuvas caem em determinada época do
ano, definindo uma estação chuvosa, no período
outono-inverno, e uma estação seca com chuvas de
trovoadas, no período primavera-verão. As chuvas
são mais abundantes no litoral. A partir daí vão
escasseando até o alto-sertão, onde, via de
regra, chove pouco.
RELEVO
Seu relevo é formado pelas seguintes unidades
geomorfológicas:
- Planície Litorânea: situada ao longo da costa,
é caracterizada por praias e restingas,
apresentando formação de dunas, cuja altitude
não ultrapassa trinta metros.
- Tabuleiros Costeiros: localizados após a
planície litorânea, no rumo do interior; formam
baixo planalto pré-litorâneo, com altitudes na
faixa de cem metros.
- Pediplano Sertanejo: situa-se no oeste do
Estado, ocupando áreas aplainadas que variam de
150 a 300 metros; aparecem elevações como a
Serra Negra, ponto culminante do estado com 750
m, no município de Poço Redondo.
- Serras Residuais: localizam-se em volta de
Itabaiana, na região central do estado, com
destaque para a Serra de Itabaiana com 659m,
além das serras Comprida, Cajueiro, Capunga,
Quizongo, Borda da Mata, etc.
- Planalto do Sudoeste e da Serra Negra:
constitui um maciço residual de topo aplainado,
possuindo várias elevações em torno de 500m,
como as serras do Boqueirão, Cajaíba, Jabiberi,
Macota, Aguilhadas, Palmares,etc, que se
estendem pelos municípios de Riachão do Dantas,
Tobias Barreto, Poço Verde e Simão Dias.
HIDROGRAFIA
O Estado é servido por 6 bacias hidrográficas:
São Francisco: a maior e mais importante,
inclusive, pelo seu aproveitamento, servindo a
várias cidades e povoados através de expressivo
sistema de adutoras que capta suas águas; parte
de seu curso, que se estende do riacho Xingó à
foz, numa extensão de 236 km, percorre terras
sergipanas, dividindo-as com as terras
alagoanas.
Japaratuba: é a menor do Estado, tendo 92 Km de
extensão. O rio Japaratuba nasce entre os
Municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso,
possuindo uma planície aluvial onde se
desenvolve a cultura canavieira. Citam-se como
principais afluentes: Siriri, Riachão, Lagartixo,
Japaratuba-Mirim e Cajueiro.
Sergipe: a mais importante, depois da bacia do
São Francisco, por servir áreas produtoras de
cereais e cana, assim como o criatório de gado.
O rio Sergipe nasce na Serra de Boa Vista no
município de Poço Redondo; seu curso possui 150
Km, tornando-se perene a partir do município de
Nossa Senhora das Dores; serve como
abastecimento de água para Aracaju, através dos
seus afluentes Poxim e Pitanga. Outros
afluentes: Cágado, Ganhamoroba, Caípe, Paramirim,
Salgado, Cotinguiba, Jacarecica, Jacoca,
Melancia e Sal.
Outrora, dizia-se que o rio Sergipe nascia na
Serra Negra, na Bahia. Com o tempo, os geógrafos
fizeram a devida retificação.
Vaza-Barris: essa bacia compreende terras
sergipanas e baianas. O rio Vaza-Barris nasce
próximo a Canudos, na Bahia, e penetra em solo
sergipano pelos municípios de Simão Dias e
Pinhão. Seu amplo estuário separa os municípios
de Aracaju e Itaporanga d’Ajuda. Afluentes de
destaque: Ribeira, Tejupeba, Xinduba, Salgado,
Traíras, Jacoca e Lomba.
Piauí: é a segunda bacia do Estado em extensão,
atrás da bacia do São Francisco (não se deve
confundir a extensão da bacia com a extensão do
próprio rio). O rio Piauí tem 132 km de
extensão, nascendo em Riachão do Dantas e
drenando terras do centro-sul, onde vicejam
plantações de laranja, fumo e maracujá.
Principais afluentes: Piauitinga, Fundo, Caiçá,
Jacaré, Machado, Arauá, Indiaroba e Pagão.
Real: apenas a margem esquerda fica em terras
sergipanas. O rio Real nasce em Poço Verde, na
divisa com a Bahia. Seus principais afluentes
são Jacarezinho, Jabiberi, Paripe e Itamirim.
Deságua no Atlântico juntamente com o rio Piauí,
formando imenso estuário, mais conhecido como
estuário do Mangue Seco, imortalizado na
literatura de Jorge Amado, famoso escritor
baiano com raízes em solo sergipano.
Autor: José Lima
Santana
Referências Bibliográficas
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Marcos Vinícius Melo dos. História de Sergipe –
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SANTOS, Aldeci Figueiredo et ANDRADE, José
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SOUZA, D. Marcos Antônio de. Memória sobre a
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VÁRIOS AUTORES. Sergipe Artístico e Monumental.
Aracaju: Governo do Estado de Sergipe, 2000.
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