A formação cultural de Sergipe gerou uma
diversificada culinária, marcada, no
entanto, por singulares diferenças. Como
aconteceu em todo o Nordeste, a comida
típica recebeu influência de negros,
brancos e índios. Todas essas
influências contribuem para que a
cozinha sergipana seja saborosa,
rústica, perfumada, simples, e que traga
a marca do passado em seus ingredientes.
E a variedade é grande. Enquanto os
doces e guloseimas foram trazidos pelos
portugueses, os índios contribuíram com
o hábito de comer raízes, como a
macaxeira e o inhame. Os negros, por sua
vez, comiam a carne seca e aquelas
partes menos nobres que deram origem a
pratos bastante apreciados por aqui: o
sarapatel (nas versões de porco, boi e
frango), a rabada e a feijoada, que em
Sergipe é preparada com bastante
verdura. Estes enriqueceram as receitas
que conheciam com ingredientes que a
natureza local oferecia.
Às margens de rios e nas praias é comum
saborear pratos à base de frutos do mar,
servidos de diversas formas: ensopados,
escaldados, cozidos, ou fritos,
utilizando ingredientes como camarão,
lagosta, uma grande variedade de peixes
e os famosos caranguejos. Na região do
sertão dá-se mais ênfase à carne de bode
e a de carneiro, com a buchada e a
carne-do-sol com pirão de leite.
A cozinha regional é caracterizada pelo
tradicional café nordestino com delícias
como a torta de macaxeira com charque, o
cuscuz, o beiju de tapioca, arroz-doce,
batata-doce, inhame, pé-de-moleque, que
costumam ser servidos nos cafés-da-manhã
e na hora do jantar.
Mas, sem dúvida, a maior variedade de
cores e sabores está entre as receitas
que utilizam as frutas típicas como
mangaba, graviola, pitanga, sirigüela,
cajá, carambola, manga, araçá, caju,
entre outras, que podem ser saboreadas
tanto in natura, como serem base para a
preparação de sucos, sorvetes e
sobremesas em geral.
A culinária junina de Sergipe é um
capítulo à parte. Milho, tapioca,
macaxeira e amendoim formam a base da
maioria dos pratos: bolos de milho,
canjica, pamonha, beiju e cuscuz de coco
são iguarias típicas presentes na
culinária da época, além dos deliciosos
licores de umbu, jenipapo, pitanga e de
tamarindo.
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