Megaespetáculo transforma palco de estádio num castelo - Vídeo
1/10/2009
O Fantástico acompanhou os bastidores, assistiu ao espetáculo, e falou com responsável por tudo isso: o maestro e violinista holandês Andre Rieu.
Salões de baile, carruagens, chafarizes, candelabros. Tudo isso num cenário majestoso, réplica perfeita de um castelo construída dentro de um campo de futebol. Você vai ver como se produz um megaespetáculo!
Um palco grandioso, músicas super conhecidas. Patinadores no gelo, 250 músicos, bailarinos e cantores. E uma plateia lotada, em duas noites seguidas. Tudo isso numa réplica de um castelo, montada dentro de um estádio de futebol - o campo do Ajax, em Amsterdã.
O Fantástico acompanhou os bastidores, assistiu ao espetáculo, e falou com responsável por tudo isso: o maestro e violinista holandês Andre Rieu.
No ensaio, uma surpresa: Rieu, 59 anos, casado, dois filhos, não mostra o mau humor típico do super regentes.
"Em música clássica, muitas vezes o maestro é aquele cara que vira as costas para a plateia, que não se comunica com ela. Eu gosto de mostrar que sou de carne e osso”, comenta André Rieu, maestro e violinista.
Isso não significa falta de rigor. Várias vezes ele para o ensaio. Pede correções, gesticula. Tudo para que, tecnicamente, nada dê errado na hora do espetáculo.
Rieu é um apaixonado por castelos e palácios. Tanto que a reprodução de um, o de Schönbrunn, na Áustria, é o cenário de seu atual espetáculo.
O repórter Álvaro Pereira Júnior pergunta de quem foi a ideia e ele, sem modéstia, brinca: "De quem você acha, hein? Três anos atrás eu me apresentei em frente ao palácio, em Viena. Fiquei fascinado e pedi ao meu filho Pierre que recriasse a construção".
E onde Andre Rieu mora? Num castelo, claro, construído 50 anos antes da descoberta do Brasil. Fica em Maastricht, cidade onde o músico nasceu, a duas horas e meia de trem de Amsterdã.
Andre Rieu mostra como é que é o castelo onde ele mora. Começamos pela sala de reuniões. O imóvel foi todo reformado. "O lugar era escuro, úmido, sombrio", conta André.
"Na sala de jantar é onde acontece a ceia de Natal. Muito aconchegante”, mostra André.
Passeamos pelos jardins e chegamos à cozinha - o lugar preferido do maestro. No castelo, dizem, viveu um famoso militar francês, retratado no clássico da literatura "Os Três Mosqueteiros”: D'Artagnan. "D'Artagnan morou aqui e tomou seu último café da manhã na cozinha do castelo antes de morrer", conta o músico.
Andre Rieu vem de uma família dedicada à música clássica tradicional - o pai também era maestro.
Perguntamos, então, por que alguém com essa formação rígida acabou se dedicando à música clássica mais pop. "Em música clássica não há muito humor. Eu quero chegar ao coração das pessoas", ele diz.
Os regentes tradicionais têm reservas ao estilo de Rieu. “A gente não pode chamar o que ele faz de uma grande arte. Não tem um alto valor artístico”, comenta José Maurício Galindo, maestro.
Ele rebate: diz que muitas orquestras parecem mortas. Podem estar tocando as sinfonias mais lindas, mas fazem isso sem vida.
No concerto, Rieu não erra o alvo. Simplifica o repertório clássico e arrebata a plateia.
“O que o Andre Rieu faz? Ele oferece um entretenimento muito bem feito, muito produzido. Mas também a gente não pode achar que fazer entretenimento está errado. Existe lugar no mundo para entretenimento”, afirma José Maurício Galindo.
As pessoas chegam a dançar nos corredores quando a orquestra Johann Strauss executa as valsas, o gênero preferido do maestro. "A valsa é como um espelho da vida", ele compara. "Uma combinação perfeita de tristeza e alegria".
"My way", de Frank Sinatra, vira uma coreografia sobre o gelo. Começa um pout-pourri de música brasileira e surge uma faixa na platéia, de um grupo de Santa Catarina.
“A emoção é tão grande que a gente chega a chorar”, conta a dentista Maria Lúcia Campos.
“Nós somos fãs do Andre Rieu. Primeiro pela qualidade das músicas, pela beleza do show, e por ele, que faz o tipo boa pinta”, confessa a psicóloga Dalva Martignago.
A única vez em que Andre Rieu veio ao Brasil foi há 30 anos. Passou seis meses no Rio de Janeiro, só se divertindo, na casa de um amigo, o pianista cearense Jacques Klein.
Deve voltar ao país esta semana, para uma turnê promocional. E para, quem sabe, acertar uma nova visita, agora sim, com toda a grandiosidade de seu espetáculo completo.