Toda semana são realizadas 1,7 mil plásticas no país - 73% delas são por motivos estéticos e 88% das operações são em mulheres. Cirurgião alerta que o próprio médico deve impor limites ao paciente.
O que fazer diante de uma insatisfação com o rosto ou com o próprio corpo? Muitos conseguem resultados rápidos e eficientes com tratamentos simples, dieta, ginástica. Mas, às vezes, é preciso ser mais radical. Mas em que casos a cirurgia plástica é a melhor solução?
A plástica pode ser uma saída, mas tem muitos riscos e tem limite. Esse limite deve ser imposto pelo próprio médico, mesmo que o paciente diga e peça o contrário. Alguns desses pacientes desenvolvem um tipo de transtorno psicológico. Eles nunca ficam satisfeitos com a própria imagem.
Hoje, no Brasil, são feitas quase duas mil cirurgias plásticas por semana.
Aos 53 anos, Edna Raizer afirma sem rodeios: “Eu me sinto mais jovem”. As mudanças de comportamento vieram depois de uma cirurgia plástica. A primeira cirurgia alinhou o olho direito, que era mais caído do que o esquerdo. Depois veio uma lipoaspiração.
“Era uma coisa que me incomodava há muito tempo, desde a minha adolescência”, diz Edna.
Toda semana são realizadas 1,7 mil cirurgias plásticas no país - 73% delas são por motivos estéticos e 88% das operações são em mulheres.
O problema está no espelho. Muitas mulheres em busca da beleza perfeita, enxergam a própria imagem de maneira distorcida e ficam insatisfeitas com a aparência. Em alguns casos, isso se torna uma obsessão, uma doença. Os psiquiatras têm um diagnóstico: transtorno dismórfico corporal.
“Geralmente são pessoas que estão insatisfeitas com o corpo e de uma maneira desproporcional. Esses pacientes vão ter o resultado da cirurgia plástica, mas o que gera a angústia é algo interno, psíquico que, se não for tratado, a angústia continua”, explica o psiquiatra Eduardo Teixeira.
Fotos divulgadas na internet mostram mudanças consideradas desastrosas, principalmente de artistas que ficaram com o rosto deformado. Mas as cirurgias plásticas mais comuns são a lipoaspiração e o aumento das mamas.
A professora Yara fez as duas e outras mais: “Eu fiz pálpebra, aquela bolsa que a gente tem. Depois eu fiz lifting por causa do meu papo. Estou bem, acho que não tem necessidade de mais nada por enquanto. Mas se tiver que fazer mais alguma coisa, eu faço”.
O cirurgião plástico Eduardo Andrade Filho alerta que o próprio médico deve impor limites ao paciente: "Dizer que daqui para frente você não vai ter um bom resultado se você tiver mais uma cirurgia, seja no rosto ou seja no nariz. Porque você começa a ter sinais do tecido, de sofrimento”.
O médico explica que uma cirurgia plástica feita várias vezes no mesmo local pode dar origem a complicações como fibroses, cicatrizes irregulares que deformam a pele. Em casos mais sérios, pode haver até mesmo a perda parcial ou total da pele.
“Todas as vezes que você exagera, você está tirando aquela anatomia da sua posição inicial. Então, você tem que tomar muito cuidado com isso”, completa o médico Eduardo Filho.
Um outro problema são os tratamentos estéticos muito caros, com a aplicação de botox, que tem sido cada vez mais procurados e nem sempre trazem os resultados esperados.
O botox é usado com eficiência também em outros tratamentos estéticos, mas como qualquer medicamento, qualquer cirurgia, não se pode exagerar.
Fonte: Bom Dia Brasil
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