Há uma briga no governo. Parte da equipe quer prorrogar a redução, mas ministro da Fazenda, Guido Mantega, não quer.
O presidente Lula quer prorrogar a isenção do IPI até o fim do ano. Ele diz que deve esse presente às donas de casa. Muita gente poderia aproveitar o 13º para fazer as compras. O problema está nas contas do Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega não quer ouvir falar em uma nova prorrogação. No meio da discussão, os consumidores estão antecipando suas compras.
Com o imposto reduzido, “Já levei geladeira, fogão. Estou aproveitando o desconto mesmo”, garante o auxiliar administrativo Elton Caetano.
O setor pressiona: quer IPI reduzido por mais tempo. Tudo para manter as lojas cheias, gente gastando dinheiro.
“Para gente, quanto mais tempo durar a redução, melhor. Vai dar para aproveitar as promoções, os preços mais baratos, para trocar os eletrodomésticos da casa”, espera o oficial de chancelaria Bernardo de Oliveira.
Com cinco meses de IPI reduzido, foram vendidos 2,5 milhões de aparelhos a mais.
“Teve uma atividade econômica bastante interessante, com crescimento de 22%. Emprego direto: mais de 6 mil empregos diretos, 30 mil empregos indiretos”, avalia o ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge.
Aliviar na cobrança do imposto até dezembro é o desejo do presidente Lula. Seria um presente de fim de ano para as donas de casa. É uma decisão que mexe com o bolso do consumidor, mas também com o caixa do governo. A Receita Federal perdeu arrecadação para estimular as vendas. Para o ministério da Fazenda, agora chega. A economia já reagiu à crise e não precisa mais desse empurrãozinho.
É um impasse que será resolvido nos próximos dias.
“Os empresários não estão repassando a redução do IPI destes incentivos para o consumidor. Então você começa a questionar se essas medidas são necessárias”, diz o economista Adriano Cassanello.
Os clientes reclamam mesmo: os preços poderiam ter caído mais. Edmilson olhou, escolheu, mas não levou: “Ainda vou dar uma pesquisada”.
O governo estuda alternativas que podem mexer nos preços. Uma das opções é aumentar o imposto, mas com uma alíquota menor do que era cobrada antes da crise. O setor quer negociar principalmente a redução do IPI da máquina de lavar, o mais alto da linha branca - era de 20%, caiu pela metade. Estão abertas as negociações. Na dúvida, muitos clientes preferiram correr às lojas para não perder as promoções.
“Eu acho melhor antecipar a que deixar para depois”, diz a vendedora Adriana Gomes.
O governo também pode estender por todo o ano que vem a redução do IPI de material de construção. A previsão era de encerrar o incentivo em dezembro.
Fonte: Bom Dia Brasil
Caderno Economia e Negócios no ClickSergipe