SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um seminário sobre iniciação científica para rebater nesta sexta-feira as críticas de que a máquina estatal teria aumentado durante o seu governo. Segundo ele, o país tem apenas 10 mil funcionários a mais do que em 1997 e não pode dar um salto de desenvolvimento se não investir em pessoal.
- Como o país vai dar um salto sem contratar, por exemplo, professores na educação e policiais na Segurança Pública - disse ele, durante abertura do 9º Congresso Nacional de Iniciação Científica, em São Paulo.
Lula afirmou também que se o estado não for forte, não existirá. De acordo com ele, o estado precisa ser indutor e regulador do desenvolvimento. O presidente disse que o país subiu um degrau na possibilidade de se transformar em uma superpotência do ponto de vista econômico, educacional e de justiça social. Por isso, os recursos precisam ser direcionados para educação e pesquisas.
O presidente aproveitou também para criticar a incompetência do Estado em oferecer educação de qualidade à população. Segundo Lula, se não fosse o ensino privado, apenas uma pequena elite, a elite paulistana, teria acesso à universidade pública.
- A realidade é que o Estado não cumpriu com as suas obrigações - afirmou.
Durante o discurso, Lula ironizou ainda o cantor Caetano Veloso, que recentemente o chamou de analfabeto, cafona e grosseiro. O presidente fez questão de mostrar que consegue usar palavras sofisticadas:
- Educação é condição sine qua non. Estou falando sine qua non porque o Caetano Veloso fala. E se ele fala, o Lula também pode falar - brincou ele, arrancando risos da plateia repleta de professores e gestores em educação.
O Globo