Se você tiver mais alguma imagem deste paraíso,
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Para quem está hospedado na capital sergipana, a visita a Canindé de São Francisco pode ser bastante cansativa. Mas, é importante que se diga: apesar das quatro horas de viagem de ônibus pelos 212 quilômetros da BR-235, que distanciam a cidade da capital, todo o esforço vale a pena. Ainda há a opção de passar uma noite em Canindé, o que resulta num roteiro menos cansativo, ou, para quem não estiver com o orçamento da viagem apertado, ir e voltar a Aracaju de avião bimotor, num percurso que leva apenas 40 minutos.
Além da abundância de belezas naturais, Canindé ficou ainda mais atraente para o turista desde que suas águas pluviais foram represadas para a construção da barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó, em 1988. Explica-se: as corredeiras deram lugar a águas mais calmas e propícias à navegação, o que possibilita agradáveis passeios de catamarãs e lanchas entre belíssimos cânions e outras paisagens paradisíacas.
O passeio pelo Rio São Francisco até a Gruta do Talhado - que tem esse nome porque os paredões de rocha parecem talhados à mão - tem duração de três horas. Os catamarãs Delmiro Gouveia e Codiguimba e a Escuna Maria Bonita têm sete horários diários de saída: às 8h, 9h30m, 10h30m, 11h30m, 13h30m, 14h30m e 15h. O trajeto começa no restaurante flutuante Karranca's, ao lado do Dique II, e segue pelo leito natural do rio, passando pelo lago Justino, onde antes ficava um sítio pertencente a um homem de mesmo nome. Neste sítio, os arqueólogos retiraram várias peças que estão expostas no MAX (Museu Arqueológico de Xingó), que datam de até 9000 anos atrás.
A trilha sonora no catamarã é eclética, transitando por forró, MPB e músicas regionais. Logo, a Pedra do Gavião é avistada. Trata-se de uma formação de rochas graníticas com o formato da cabeça da ave. No itinerário não se observam povoações, apenas um ou outro acampamento de pescadores. Algum tempo depois, chega-se à Gruta do Talhado, com parada de uma hora para banho nas águas límpidas e verdejantes do Rio São Francisco, com 22º C de temperatura média.
Outra opção de passeio é a bordo do catamarã Pomonga, com saída às 8h da Prainha de Canindé e retorno às 12h30m. A embarcação leva o turista à Rota do Cangaço, com parada na cidade histórica de Piranhas e seus casarios coloniais do século 18. Também faz uma parada para visita ao Museu do Cangaço, que guarda peças e fotografias de Lampião e seu bando. Seguindo até a Grota de Angicos, no município sergipano de Poço Redondo, o visitante conhece o lugar onde o cangaceiro, sua mulher, Maria Bonita e seus companheiros foram surpreendidos e mortos, em 1938.
Usina Hidrelétrica do Xingó
A Usina Hidrelétrica de Xingó é a quarta maior do país, sendo responsável pelo abastecimento de 25% da energia consumida pelo Nordeste. A visita ao Mirante do Centro de Recepção ao Turista dura em torno de 50 minutos. Lá, o visitante recebe informações sobre todo o processo de construção da barragem, que une os estados de Sergipe e Alagoas, observando uma maquete talhada em madeira, de tamanho 500 vezes menor que o da original.
Fazenda Mundo Novo
Opção para o turismo ecológico e de aventura, a fazenda é um dos mais bonitos parques temáticos da caatinga. Localizada em Canindé de São Francisco, a área pertence ao médico veterinário aposentado José Augusto Lima, que pretende fazer dela uma atração turística ecologicamente correta. Em visita ao lugar, o turista percorre trilhas de sete quilômetros de extensão, observando quatro sítios arqueológicos, com pinturas rupestres, e direito a banho nas águas cristalinas do Velho Chico.
MAX - Museu de Arqueologia de Xingó
Há nove mil anos, a região de Xingo era habitada por grupos de caçadores e coletores, que provavelmente foram atraídos pela abundância de água. Foi o que concluiu um projeto de salvamento arqueológico, colocado em ação de 1991 a junho de 1994, antes do enchimento da barragem. Foram escavados 28 sítios classificados como de acampamento, 11 de habitação e dois de habitação e enterramento (São José e Justino). Assim, foram recuperadas 7.802 peças líticas, 21.790 peças cerâmicas, mais de 20 mil restos de fauna, 49 fogueiras e 191 esqueletos. Todo esse material forma o acervo do belo e moderno Museu de Arqueologia de Xingó. Localizado em Canindé de São Francisco, o museu recebe apoio da Petrobras e é cuidado pela Universidade Federal de Sergipe.
Cultura
Canindé de São Francisco é a cidade dos sanfoneiros. Essa tradição vinha se perdendo nos últimos anos por causa do gosto exagerado desses artistas pela cachaça: muitos deles morreram de cirrose. Para evitar que a cultura se perdesse, foi criada há nove meses uma Escolinha de Sanfoneiros, a primeira do Nordeste, que tem iniciado 24 garotos na faixa dos 8 aos 14 anos nos trios pé-de-serra da região.
José Alves Machado, de 49 anos, é um dos mestres da sanfona de Canindé. Mais conhecido como Esquerda do Acordeão, ele trabalha como motorista, se apresenta em programas de rádio e shows na região e, claro, reserva um tempo para transmitir seus conhecimentos aos meninos do projeto.
- Comecei a tocar com 12 anos, como eles. Aos 15, eu já era craque na sanfona - conta Esquerdinha, sem falsa modéstia.
O forrozeiro prevê um futuro promissor, mas não perfeito, para os alunos:
- Tem alguns que são muito espertos, aprendem rápido. O problema vai ser eles controlarem o gosto pela bebida mais tarde. Não conheço um cabra da música que não goste de uma pinga para ficar mais solto, tocar com mais alegria.
Fonte: Trilhas e Aventuras
Hidrelética de Xingó
A construção da represa do rio São Francisco criou uma paisagem impressionante, dominada por águas verdes e rochas. De tão bonita, a gente até imagina que foi obra da natureza.
Uma fenda azul recortada por rochas acinzentadas é a primeira imagem que vê quem retorna de um mergulho no canyon do lago Xingó, no município de Canindé do São Francisco, em Sergipe. O pedaço de céu clarinho aparece entre as formações rochosas de arenito e granito, ao longo dos 60km² do lago Xingó. São pedras que parecem polidas à mão e, ao longo da margem, apresentam abóbadas naturais. No alto de uma dessas, está cravada a imagem de barro envernizada de São Francisco. Uma homenagem às águas do rio que leva o mesmo nome. O lago que virou um dos pontos turísticos do menor estado do país, é uma extensão do ‘‘Velho Chico’’.
Há dez anos, o rio às margens de Canindé, distante 215km de Aracaju, capital sergipana, era seco. Até então, a região era coberta por vegetação típica do agreste. Mas, a necessidade de construir uma usina hidrelétrica no lugar exigiu a transformação da natureza. Assim, de julho a dezembro de 1995 fez-se o alagamento da região. O canyon do Xingó chega, em alguns trechos, a 120m de profundidade. Apesar da intervenção humana, em poucos tempo, a paisagem natural e o rio se entrosaram e não deixaram indícios de artificialidade.
Esse é um dos passeios prediletos dos visitantes de Sergipe. De lancha ou catamarã (tipo de embarcação que tem uma espécie de abertura no meio) é possível ter acesso aos lugares próprios para banho, onde a água verdinha brilha com os feixes de luz que as rochas deixam passar.
Antes mesmo que os olhos possam vislumbrar a natureza, o clima é o primeiro indício de que se está bem longe da capital federal. Em Sergipe, o vento é quente, mas a umidade é alta, com média anual de 78%, 18 pontos a mais que em Brasília. Lá o sol queima de julho a março e, nos outros meses, as chuvas refrescam o agreste. A sensação de ar fresco fica mais forte, quanto mais perto do lago Xingó se está. No passeio de lancha, os respingos d’água indicam uma velocidade apressada, dando a sensação de vôo baixo.
O mesmo percurso que leva à exploração das grutas altas do Canyon do Xingó, pode ser feito por Catamarã. Os barcos que chegam a carregar até 45 pessoas têm impacto menor que as lanchas sobre o meio ambiente. Além de não correram tanto, eles têm espaço suficiente para os turistas tomarem banhos de sol. Uma das atrações dessas embarcações é uma rede posicionada no meio do catamarã. Ela dá acesso direto às águas frescas do lago artificial. À medida que o barco anda, quem deita sobre as cordas bem entrelaçadas, tem a sensação de estar em uma potente ducha de hidromassagem.
No meio das pedras, quando a água do lago fica delimitada pelas rochas altas do lugar, os turistas podem descer dos barcos e nadar com a ajuda de bóias. O contato mais próximo com as grandes piscinas naturais apresenta mais uma das qualidades da região. A areia que desprende das formações arenito e granito impregnam a água com um cheiro bom, parecido com o do filtro de barro.
Com a construção da barragem da Usina Hidroelétrica de Xingó, originou-se um reservatório com 65 km de extensão em pleno semi-árido nordestino. As antes corredeiras do rio São Francisco deram lugar a águas mais calmas e navegáveis, possibilitando inesquecíveis passeios de catamarã, lancha ou escuna num labirinto de belíssimas formações rochosas, de 60 milhões de anos de existência, que infundem respeito e admiração em quem as contempla.
O passeio de catamarã, que dura 3h, começa no restaurante Karranca's, ao lado do Dique II e segue pelo leito natural do rio, passando pelo lago Justino, nome de um morador local cujo sítio foi inundado com o enchimento da barragem.
No percurso até a Gruta do Talhado, diversas formações rochosas chamam a atenção pela sua beleza: a Pedra da Águia cujo topo tem o formato da cabeça do animal e o Morro do Macaco, assim denominado porque antes do enchimento do reservatório, um bando de macacos-prego freqüentava o morro e costumavam jogar pedras nos visitantes. A Pedra do Japonês é uma bela formação rochosa que se assemelha ao rosto de um oriental, outra, a Pedra do Cruzeiro, parece com um homem montado em um cavalo.
O canyon, formado por um vale profundo, apresenta extensão de 65 km e largura que varia entre 50 a 300 m. As rochas das encostas são de granito avermelhado e cinza, chegando a medir mais de 50m de altura. A vegetação é de caatinga rasteira, com uma fauna rica e variada, constando inúmeras espécies de répteis, insetos e aves.
Os primeiros habitantes de Xingó chegaram na região há nove mil anos. Eram provavelmente grupos de caçadores e coletores, que ocuparam áreas identificadas hoje como terraços, atraídos pela fartura de água. Essa e outras informações foram possíveis graças ao projeto de salvamento realizado em Xingó de 91 até junho de 94, antes do enchimento da barragem.
O salvamento arqueológico da área a ser inundada pela barragem permitiu a identificação, sondagem e escavação de 28 sítios classificados como de acampamento, 11 classificados como habitação e dois considerados como de habitação e enterramento (São José e Justino), considerados os mais importantes. De todos esses sítios, foi recuperada uma expressiva coleção arqueológica de 7.802 peças líticas, 21.790 peças cerâmicas, mais de 20.000 restos faunísticos, 49 fogueiras e 191 esqueletos.
O resultado dessa pesquisa pode ser observado no Museu Arqueológico de Xingó - MAX, localizado em Canindé do São Francisco, que é dividido em módulos: material lítico, cerâmico, painéis de arte rupestre e enterramentos, além de exposições especiais abertas ao público.
A hidrelétrica é dividida em 2 complexos com 12 comportas, ou seja 6 para cada uma, que servem como liberantes quando o nível da água estiver muito alta. A base da hidrelétrica possui 386m de largura, que vai se afinando até chegar ao topo com 12m, e possui 141m de altura, só que sua capacidade total chega até 138m devido a pressão. Tendo sua construção começada em 10/06/1987 terminando em 1997.
O início que cada turbina funcionou foi a 1ª em 94, a 2ª e 3ª em 1995, 4ª e 5ª em 1996 e a 7ª em 1997, e cada uma gera 500 MW, tendo um total de 3000 MW no final. E a energia produzida se dividem em Sergipe, Alagoas e Paulo Afonso.
A energia produzida é feita por gravidade. Antes o percurso do rio era plano e para fazer a usina precisava de uma queda, então foi criado 4 Túneis dentro das rochas para desviar a água e começar a construção da barragem, para que assim houvesse a queda. Depois da barragem construída, e para chegar ao nível correto os engenheiros fecharam os 4 túneis, acabando com o rio formado após a barragem, que voltou seu curso normal, quando foi aberto o 1° túnel, após o nível da barragem ser atingido, revitalizando todo o curso do rio.
Com a formação da barragem e o nível correto, a água desce por 6 canos largos que vai dar o impulso (por isso se diz que é de gravidade), a água, no qual baterá nas turbinas, fazendo-as gerar para formar energia, ou seja o ponto positivo girando, leva suas cargas para o lado negativo, onde os pólos são responsáveis pelo aumento da força conduzida para três transformadores monofásicos produzindo uma potência total de 3000 MW, dando uma volta total de 109,1 rpm (Rotação por Minuto).
Mais Curiosidades:
A maior quantidade de impostos, são destinados à Sergipe, pois a usina encontra nesse estado.
Durante a construção da usina, houve um episódio em que os trabalhadores tiveram que salvar uma família de garças, devido a isso a mesma, ficou parada por um mês.
Segundo a CHESF, o impacto ambiental com a construção foi de apenas 30%.
O imenso paredão foi construído e fortificado apenas com pedra e argila!
Canindé é destruída para a construção da hidrelétrica de Xingó.
Um dos grandes impactos provocados pela construção da usina hidrelétrica de xingó, foi à demolição da cidade de Canindé para que a hidrelétrica fosse erguida, a qual se tornaria a segunda maior do país.
E com o início dessa construção, a população ribeirinha, foi dirigida a se descolar da região em que viviam, pois essa área era considerada área de risco. Devido às explosões necessárias para a construção da hidrelétrica mudando o curso natural do rio, existindo o risco de inundações até a estabilização do projeto.
Além dos impactos ambientais, ocorreu o desaparecimento de alguns trechos do rio, por onde passava antes do seu desvio, diminuindo o nível do rio e matando animais nativos da região, na qual modificou também a flora.
Após 14 anos de construção da hidrelétrica, a nova Canindé enriqueceu, enquanto, a população da antiga cidade perdeu sua cultura e ficou cada vez mais pobre.
Paredões rochosos com mais de 60 milhões de anos brotam das águas cristalinas do lago, formado com a construção da barragem no Rio São Francisco. Com apenas 21 mil km², Sergipe, o menor Estado do País, oferece cenários paradisíacos a um número cada vez maior de turistas do Brasil e do exterior.
A região é visitada por turistas interessados em praticar esportes radicais, observar a fauna e navegar por entre as rochas que circundam o lago, que em alguns pontos chega a ter 170 metros de profundidade.
Os passeios de catamarã e escuna são os preferidos dos turistas, mas a visitação ao mirante, ao museu de Xingó e à usina hidrelétrica também estão entre os mais populares.
Texto: http://www.festlojas.com/xingo.htm
Colaboração: João Manoel SSC
Fotos: filcker