A Secretaria de Estado da Saúde (SES) vai repassar R$ 110 mil por ano, para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Segundo o secretário Rogério Carvalho a ajuda foi discutida com o governador Marcelo Déda. O convênio segue agora o trâmite burocrático e o secretário acredita que em 30 dias a instituição deverá receber a primeira parcela. O diretor da Apae, Homero Felizola, disse que ainda precisa de R$ 128 mil para pagar os salários que estão atrasados. A instituição necessita de R$ 62 mil mensais para continuar funcionando.
Além do convênio com a SES, a Apae aguarda a assinatura de um outro com a Secretaria de Estado da Educação (Seed). “Não acredito que seja com dinheiro e sim com prestação de serviço. Pedi muita coisa, vamos saber no dia 8 de junho, no Ministério Público Estadual, o que será firmado. Creio que eles vão ajudar com o transporte, cedendo outro ônibus, e pelo menos um funcionário, o que já é uma economia”, informou Homero.
O diretor da Apae disse que esta semana, as mães cobraram dele o retorno das aulas depois de ouvirem entrevistas em programas de rádio do deputado estadual Wanderlê e do vereador Nitinho. “Eles deram entrevistas dizendo que esses R$ 128 mil seriam rateados entre os deputados e vereadores e, por isso, as mães vieram me cobrar. Talvez muita gente tenha deixado de ajudar pensando que esse dinheiro já entrou. Acredito que eles vão ajudar, mas precisamos ter uma ideia de quando isso vai acontecer para reabrirmos a escola”, ressaltou Homero.
A Apae fechou as portas no dia 27 de abril. Segundo o diretor, algumas pessoas ajudaram a instituição, mas ainda não foi suficiente para retomar as aulas. “A construtora União foi uma das poucas empresas que nos ajudou e o proprietário disse que no próximo lançamento, uma porcentagem de cada apartamento vendido será revertida para a Apae”, agradeceu Homero. Uma contribuição de fundamental importância para a Apae é feita por funcionários da Petrobras, que mensalmente doam R$ 10 mil, representando 12% dos gastos da instituição.
Os 314 alunos da Apae, que têm deficiência mental e/ou múltipla, são divididos em dois turnos e recebem duas refeições completas (café da manhã/almoço e almoço/janta). Na Apae eles têm atendimento pedagógico e ambulatorial, com fisioterapeuta, psicólogo, psicopedagogo, odontólogo, fonaudiólogo e neurologista. Também são oferecidos os programas de estimulação precoce, com crianças até 4 anos, e o programa de inclusão, responsável em atender alunos da rede regular de ensino e que na Apae recebem um acompanhamento especializado.
A Apae foi criada há 40 anos, e está de portas abertas para quem quiser conhecê-la. A instituição é localizada na rua Curitiba, 379, próximo ao campo do Confiança, no bairro Industrial. As doações podem ser feitas através dos telefones 3215-6057 e 3215-5959. Não é exigido valor mínimo e nem data fixa para o pagamento. A Apae encaminha para os interessados um carnê, que pode ser pago nas casas lotéricas ou em agência da Caixa.
Por: Janaina Cruz
Fonte: Jornal da Cidade
