Direto de Aracaju - Andrea Vaz
A chuva intensa que atinge o Sergipe desde a última sexta-feira causou a morte de uma menina em Aracaju e de um homem em Estância. Segundo a Defesa Civil do Estado, esta última cidade foi a mais atingida: 250 pessoas foram afetadas.
A garota Perolina Santos Lima, 8 anos, morreu no domingo, depois de ser arrastada pela força da chuva ao cair num córrego no 18 do Forte. Ela foi enterrada hoje pela manhã.
O empresário Djun Suzuki morreu quando transitava no km 140 da BR-101, próximo a sua fazenda, na região do posto de combustível Águas Claras, em Estância, quando sua Saveiro foi tomada pela água.
Na madrugada de sábado para domingo, 17 casas em Estância desabaram e mais 80 famílias ficaram desabrigadas após terem suas casas alagadas. Os desabrigados foram levados para locais cedidos pela prefeitura.
Oito carros ficaram submersos, cinco postes de energia caíram e a cabeceira que ligava a rodovia ao bairro Bonfim foi arrastada, segundo informou a prefeitura, que declarou estado de emergência. O rio Piauitinga subiu 5 m nas primeiras horas do domingo, deixando 170 pessoas desabrigadas. Quatro bares, uma pousada e 14 carros ficaram submersos.
Na zona norte de Aracaju, mais de cinco casas desabaram, as ruas ficaram alagadas e uma escola da rede estadual suspendeu as aulas devido às chuvas. Barracos também desabaram no morro do Avião, em Santa Maria, zona sul da capital.
Em Porto Dantas também houve alagamento. O rio Pamaropama subiu na madrugada de domingo e cerca de 220 famílias foram atingidas. Além da rua Beira Mar, que fica à frente do rio, as chuvas também atingiram as ruas Graccho Cardoso e Jardins.
"As casas foram alagadas de 12h de sábado até umas 2h de domingo, com o rio subindo 1 m. Depois que as chuvas diminuíram, foi escoando", disse um agente da Defesa Civil de Sergipe.
Ao todo, 430 residências, além de estabelecimentos comerciais, ficaram alagadas com o transbordamento do rio Ganhamoroba, na cidade de Maruim, e as famílias do local foram retiradas. Casas também ficaram inundadas em São Cristóvão.
Mais chuva
São 183.379 pessoas afetadas de alguma forma pelas enchentes, enxurradas e desabamentos no Ceará. Destes, 39.727 estão desabrigados ou desalojados. No Maranhão, a população afetada chega a 196.173 pessoas, com 39 mil desalojados e 26 mil desabrigados. No Piauí e no Rio Grande do Norte, a chuva afetou a vida de 49.745 e 44.011 pessoas, respectivamente.
Além de forçar a retirada de várias pessoas de suas casas, as chuvas também deixaram cidades sem acesso. No Piauí, a estrada estadual PI-112, está com quatro pontos alagados. Nesses trechos, o transporte é feito de barco. No Maranhão, seis estradas federais foram afetadas.
Na região Norte, é no Estado do Amazonas onde se encontra o maior número de municípios atingidos, 38, com 265.958 pessoas afetadas. Destas, 44.609 estão desalojadas e 9.629 desabrigadas. No Estado do Pará são 28 municípios atingidos e 26.985 pessoas afetadas direta ou indiretamente pela chuva.
Em Manaus, o nível da água chegou nesta terça-feira aos 28,83 m, índice apenas 86 cm mais baixo que nível de 1953, quando foi registrada a maior cheia no Estado. Em outras regiões, os rios continuam subindo e mais de 184 mil pessoas foram afetadas, segundo dados oficiais da Defesa Civil do Amazonas.
A Defesa Civil do Pará registrou no fim de semana que a cheia levou o rio Tapajós ao maior nível de todos os tempos. O rio atingiu 8,94 m, 34 cm a mais do que em 2006, quando chegou a 8,6 m, considerada a maior marca até então. Em Santa Catarina, os danos causados pela chuva atingiram dez municípios e 106.093 pessoas. O Estado também sobre com a seca, contabilizando 171 cidades em situação de emergência.
Especial para Terra