Texto: Laisa Galdina (Estagiária)
Negligência na área vermelha do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) ocasionou a morte de dois pacientes. O fato ocorrido no dia 23 de março gerou indignação por parte da equipe do Samu/Aracaju e do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese), que formalizou a denúncia acerca do atendimento do Huse durante audiência pública realizada ontem, no Ministério Público Estadual.
De acordo com a presidente do Seese, Flávia Brasileiro, no dia do ocorrido, por volta do meio-dia, uma equipe do Samu encaminhou para a área vermelha do Huse um paciente em estado grave. Ao chegar ao local, houve falha no atendimento por conta de falta de aparelho respirador.
Enquanto isso, um paciente que já estava internado na área vermelha entrou em parada cardíaca.
“No momento da parada, nenhum profissional do Huse foi socorrer o paciente. As enfermeiras presentes estavam em busca do aparelho respirador para o paciente que o Samu havia trazido”, detalhou Flávia Brasileiro. Por conta disso, os próprios servidores do Samu tiveram que realizar os procedimentos de massagem cardíaca. Infelizmente, o esforço da equipe foi em vão e tanto o paciente internado no Huse que sofreu a parada cardíaca como o paciente encaminhado pelo Samu foram a óbito.
A equipe médica da área vermelha do Huse relatou os fatos, sobre o enfoque das especificidades de cada profissional e enalteceram que o caso ocorreu durante o período de troca de plantão. Segundo o diretor do Huse, Yuri Maia, após o recebimento da denúncia o hospital adotou algumas providências administrativas. “Os procedimentos imediatos foram: abertura de sindicância, encaminhamento para a Comissão da Revisão de Óbitos e a Comissão de Ética Médica”, informou Yuri Maia.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) esteve presente na audiência pública e solicitou do Huse o encaminhamento dos prontuários dos dois pacientes que foram a óbito. “Além disso, solicitamos do Samu os documentos pertinentes ao caso. Após conhecer o detalhamento do caso, iremos apurar as causas e os culpados serão julgados de acordo com o Código de Ética”, afirmou o vice-presidente do CRM, Paulo Amado.
Para a promotora Miriam Cardoso, responsável pelo caso, o objetivo do Ministério Público é recolher informações, ouvir todas as partes envolvidas e tomar todas as medidas necessárias. “Vamos aguardar o resultado da sindicância administrativa aberta pela direção do Huse e iremos estabelecer mudanças na rotina da área vermelha do hospital, bem como na rotina dos profissionais da área, para que situações como essa não voltem a ocorrer”, esclareceu Miriam Cardoso.
Fonte: Jornal da Cidade