Muitos assaltantes aguardam o fim da feira para roubar os feirantes com o lucro do dia
A falta de segurança nas feiras livres de Aracaju continua assustando feirantes e consumidores. Assaltantes estão agindo à luz do dia para abordar as pessoas nas saídas das feiras. Na tarde da sexta-feira, 30, moradores do conjunto Agamenon Magalhães ficaram revoltados com o assassinato do feirante Adriano de Jesus Oliveira, 30, após um assalto a mão armada. E há cerca de um mês, outro feirante morreu na Av. São Paulo.
A Associação de Defesa dos Feirantes do Estado de Sergipe vem reivindicando há vários meses, segurança nas feiras livres, principalmente na do conjunto Augusto Franco, que completou um ano este mês, sem iluminação. Na Polícia Militar, a informação é de que os trabalhos são feitos com base em estatísticas.
De acordo com o presidente da associação, Antônio Mendes, a entidade já fez várias reivindicações às autoridades competentes, mas nenhuma foi atendida. Com isso, o número de assaltos cresce a cada dia. “Eu mesmo, como já fui vítima, pego todo o dinheiro e mando por uma pessoa antes. Os deliquentes já sabem que os feirantes saem com algum dinheiro no final das feiras e com isso, abordam”, ressalta.
Antônio Mendes disse ainda que nem todo feirante possui carro, o que facilita a ação dos assaltantes. “A reivindicação da nossa associação é para que os órgãos ligados à segurança coloquem policiais fazendo rondas nas principais feiras, principalmente na saída dos feirantes e dos consumidores, pois em todas as feiras livres está havendo a incidência de assaltos”, garante.
Áreas mais perigosas
Conforme reclamações dos feirantes, os assaltantes costumam agir principalmente nas feiras em que há mais fluxo de pessoas, a exemplo dos conjuntos Augusto Franco, Orlando Dantas, Agamenon Magalhães, Dom Pedro, Lourival Batista, bairros Siqueira Campos, Dezoito do Forte, entre outros. “Aqui a gente ainda conta com a ação dos trombadinhas, que cegam as pessoas e levam nosso dinheiro e a mercadoria”, reclama a verdureira Maria São Pedro, que trabalha na feira do Orlando Dantas.
Casos mais recentes
Na feira do conjunto Augusto Franco, feirantes e consumidores comemoraram aniversário de um ano sem iluminação na área externa e de abandono e falta de segurança na área, o que vem contribuindo para o aumento do número de assaltos. O próprio presidente da Associação dos Feirantes, já foi abordado pelos assaltantes. “E não fui eu apenas. Aqui os assaltos são constantes. Quase todo mundo já perdeu dinheiro, carro e até mesmo a mercadoria. Os consumidores não são poupados, o que vem gerando um clima de medo no local”, diz.
Antônio Mendes lamentou a morte do feirante Adriano de Jesus Oliveira, quando saia da feira do conjunto Agamenon Magalhães, na sexta, 17. “Ele foi assassinado em plena luz do dia, no meio da rua. Há cerca de um mês, outro feirante foi assassinado na Av. São Paulo. Antes os deliquentes deixavam os trabalhadores vivos, agora além de levar a renda, já estão matando”, lamenta enfatizando que já fez um alerta aos colegas para que não contem dinheiro na feira e que não saiam com toda a renda nos bolsos.
Dados Estatísticos
O comandante do Policiamento Militar da Capital, coronel Maurício Iunes informou que “a Polícia Militar trabalha de forma técnica para que possa dar uma solução aos fatos e nós não temos dados estatísticos sobre a incidência de assaltos nas feiras livres. Precisamos saber quais os locais. Sei apenas de um caso: o do feirante que foi assassinado no Agamenon Magalhães por ter reagido a um assalto. E um caso não é dado estatístico”.
Coronel Iunes disse ainda que a Constituição determina a realização de um policiamento mais ostensivo. “E a gente está trabalhando. O que tinha de roubos de veículos, diminuiu, prendemos algumas quadrilhas. É preciso deixar claro que segurança pública deve ser feita de forma inteligente, verificando cada situação e cada problema, pois às vezes dizem que em certa região está acontecendo vários assaltos e quando mandamos verificar, ocorreu apenas um”, destaca.
Por Aldaci de Souza
Fonte:InfoNet