Brasília - O Congresso Nacional está longe de superar a onda de escândalos que arrastou a sua imagem para a sarjeta. Ainda longe de se livrar do escândalo das passagens aéreas concedidas por deputados e senadores a parentes, amigos e namoradas, Câmara e Senado estão próximos de mergulhar em outro escândalo de proporções gigantescas: a farra com despesas médicas.
Mesmo com um bom plano de saúde bancado pelos cofres públicos, os parlamentares têm a opção de escolher médicos e hospitais de sua preferência, solicitando depois o reembolso das despesas junto à Mesa Diretora das duas Casas. Levantamento feito pelo ABC Politiko mostra despesas volumosas feitas por deputados e senadores a título de tratamento de saúde.
A maioria dos casos é de cirurgias estéticas, como plásticas e corretivas, não cobertas pelos planos de saúde. Há exemplos até de implantes penianos, que teriam sido feitos por dois senadores. Para proteger os parlamentares, a direção do Senado evita divulgar o nome dos dois beneficiados.
Na Câmara, há contas estratosféricas enviadas por deputados e familiares. Dois casos se sobressaem, de deputados que faleceram recentemente: o primeiro deixou uma conta de cerca de R$ 1 milhão com despesas médicas, enquanto o segundo deixou despesas da ordem de R$ 700 mil. As pendências ainda não foram resolvidas pela Mesa Diretora da Câmara.
A Câmara investe hoje cerca de R$ 51 milhões na saúde dos deputados e dos funcionários concursados e terceirizados - sendo R$ 43 milhões para o plano de saúde, R$ 3 milhões para o reembolso dos deputados com gastos de saúde e R$ 5 milhões com custos do Departamento Médico da Câmara.
Jucélio Duarte
Fonte: ABC Político