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Aracaju,
 
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Da história da educação em SE: Euniceu Lisboa

26/4/2009

Texto: Osmário Santos/Fotos: Divulgação

Caderno Educação

Eniceu Lisboa nasceu a 29 de julho de 1957, na cidade de Campo do Brito/SE. Seus pais: José Antônio de Lisboa e Josefa Ribeiro de Lisboa.

O pai foi agricultor e comerciante. Criou seis filhos, todos homens, no comércio e na agricultura, sendo que os ensinamentos para sua família foram a honestidade, o trabalho e a responsabilidade que soube passar para os filhos através dos seus exemplos.

Sua mãe, trabalhadora, deu ênfase total para que seus filhos estudassem. Pessoa muito organizada, mantinha um pequeno comércio para ajudar nas despesas de casa. A maior virtude que ela direcionou para seus filhos foi o trabalho e a responsabilidade.

Desde pequeno, Eniceu já comercializava sereias e doces para contribuir com responsabilidade da casa, mas conta que teve uma infância muito boa estudando, trabalhando e brincando de futebol na cidade de Campo do Brito, em um local chamado o Beco do Cemitério. Também brincava muito de futebol nas garagens com alguns colegas que ainda os encontra hoje, como Moacir Souza, José Carlos, Mairton e Agamenon.

A primeira professora foi Dona Josefa, do Grupo Escolar Guilherme Campos, na cidade de Campo do Brito, tendo como diretora Dona Genoveva. "Tínhamos um recreio com bastante brincadeiras, com bola de gude, furão, amarelinha, pega-pega, mas como aluno esforçado, na hora da argüição a professora chamava sempre para ao birô quatro alunos e os aluno que não acertassem a argüição de matemática, tomava bolo. Como era um aluno que estudava geralmente batia em meus colegas, sendo que, uma certa feita, a professora descobriu que os colegas davam pirulito e balas para que os batessem devagar ela sabendo do ocorrido, pediu
para todos os alunos me dar seis bolos em cada mão" (risos).

Estuda o curso ginasial na cidade do Campo do Brito, no Ginásio Padre Freire de Meneses, tendo como professor Raimundo Souza, Gilson e Genivaldo. Não esquece da formatura na 8º série, onde o diretor Raimundo Souza saiu pela cidade com o livro de ouro pedindo dinheiro para que a turma fosse visitar Recife. "No retorno, o ônibus bateu em um caminhão, mas graças a Deus não houve nenhum caso grave".

Como a cidade de Campo do Brito não oferecia na época curso científico, preocupados com a formação do filho seus pais tomam a iniciativa de morar em Aracaju. "Chegando na capital, não existia vaga nas escolas públicas, tive que passar quinze dias na Secretaria de Educação, solicitando vaga para que pudéssemos estudar. Conseguimos no Colégio Estadual Costa e Silva que era um anexo, situado à rua Acre. No ano seguinte, fomos transferidos para o Costão na Av. Rio de Janeiro. Ainda hoje lembramos e convivemos com alguns daqueles professores que tinha a verdadeira essência da educação tais como: Jackson Sales, Carnaúba, Raimundo, Ari Rezende e professora Tânia, entre outros. Tivemos a oportunidade de participar da equipe de handebol e futebol de salão. Tinha hábito de acompanhar todas as missas dominicais da Catedral, onde convivemos com as transformações do centro aracajuano no que diz a retreta em frente ao palácio do governo, o calçadão da Rua João Pessoa, o cine Palace, a Iara, o Cacique e logo em seguida a mudança da Juventude para a Av. Barão de Maruim e depois à Orla de Atalaia".

"Na juventude, tivemos o prazer de conviver com matinês dançantes no Vasco, Atlética. Tive a oportunidade de conhecer Chico, Antônio Carlos, Bener, que eram colegas que estudavam a noite inteira para tentar passar no vestibular e graças a Deus todos foram aprovados de primeira na UFS no ano de 1977".

Passa de primeira no vestibular em 1977, no curso de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe. Com direito a trote, cabeça raspada pelos colegas e todo o prazer de sair pelas ruas com uma boina verde na cabeça. “Foi uma época muito importante na formação, onde estudava praticamente os três turnos: pela manhã com aulas no Batistão no setor de Ciências Médicas e à tarde no campus universitário".

Na faculdade foi atleta de judô e atletismo, com participação nos jogos universitários nas duas modalidades. “Lembramos dos bons professores que tínhamos no departamento de Educação Física, citando alguns exemplos, lembro-me de Felix D’Ávila, Maurício, Sérgio e Sizuca. O que mais deu suporte para uma melhor formação foi o estágio individual na Clínica São Marcelo e no Projeto Rondon".

Antes de sair da faculdade teve experiência profissional na Fundação Renascer, Colégio Arquidiocesano, Graccho e Dom José Tomaz, além de proprietário da Academia Atlântica que ainda hoje coordena.

O primeiro emprego foi ser professor de educação física em 78 no colégio Augusto Ferraz. "O que mais me marcou foi a aproximação que os alunos tiveram comigo mesmo sem uma boa formação acadêmica".

No Colégio Rollemberg Leite, fui professor de basquete e coordenador ao mesmo tempo. No Colégio Atlântico, professor de natação. "O que mais me dignifica como professor nesse período é o que nós plantamos".

Registra passagem na administração pública como vice-diretor do Colégio Atheneu Sergipense. Sente-se recompensado quando está em algum lugar público ou mesmo dando entrevistas e há reconhecimento por parte de seus ex-alunos ou por parte da comunidade.

Da idéia de fundar a Faculdade Atlântico diz que surgiu em uma conversa com o jornalista Daniel Vieira. "Ele me apresentou ao Deputado Garibão na cidade de Maceió e em seguida, juntamente com o professor Kleber Silva, elaboramos o projeto da faculdade. Tivemos a felicidade de conquistar a sua aprovação em ‘primeira instância’.

Para conquistar o grande sonho da faculdade Eniceu Lisboa passou por muitos obstáculos. "O primeiro pela falta financeira e o segundo pelo aspecto pedagógico. Nós tivemos neste caminho pessoas amigas e iluminadas e podemos citar algumas: o deputado federal Ivan Paixão, Manoel Moacir, Emanuel Nascimento, Gilberto Francisco, Francinete Barbosa, Emanuel Barbosa e Reginaldo".

Sente-se recompensado por pelo reconhecimento da instituição por parte do MEC e diz que tem
muitos planos pela frente.

Profissionalmente considera-se uma pessoa feliz e satisfeita porque ama o que faz e sempre se questiona pela preocupação que tem com o dia seguinte para poder sempre melhorar profissionalmente. A grande prova é a de ser estudante até hoje. Casado com a professora e diretora Jaciara Cordeiro de Oliveira Lisboa a 20 anos, tem dois filhos: Arthur Lisboa, o mais velho, que faz Engenharia Civil, e o mais novo, Eniceu Júnior, que estuda Direito. Das pessoas mais importantes da sua vida: a esposa, os dois filhos e a sua querida mãe. "A minha vida é de uma pessoa iluminada por Deus, digo sempre isso, pois nunca peço só agradeço e muitas vezes me pergunto: será que eu mereço tudo isto saúde, paz, família e trabalho e gostando sempre do que faço".

O projeto que ainda pretende fazer é ampliar a Faculdade Atlântico, investe sempre na Educação por considerar que é o melhor seguimento para a cidadania e melhoria do homem.

Neste ano de 2006, o professor Eniceu Lisboa criou uma associação comunitária, denominada Arca gratuitamente na área de educação infantil, como também serve de laboratório para os alunos dos cursos de Letras e Pedagogia.

Eneceu Barbosa faleceu vítima de acidente automobilístico em 12 de abril de 2009 e seu depoimento para a memória de Sergipe foi publicado no JC em 8 de julho de 2006.


Fonte: Jornal da Cidade

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