Passados seis meses do derramamento de amônia no rio Sergipe pela Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen/SE), mais uma audiência foi realizada na tarde desta quinta-feira, 23, na Justiça Federal, para tratar sobre o assunto. São dois os processos que correm na Justiça, sendo um sobre a situação das famílias de pescadores que foram prejudicadas pela poluição e outro que avalia os malefícios causados ao ecossistema.
A juíza Telma Maria solicitou aos advogados da Associação de Pescadores do município de Maruim que anexe ao processo às fichas cadastrais dos associados, para que ela dê prosseguimento ao pedido de indenização das famílias.
Quanto ao processo que investiga a destruição do ecossistema do rio, a juíza aguarda o resultado do relatório sócio-ambiental produzido por um instituto contratado pela Fafen/SE. O relatório averigua a situação do meio biológico e traça um comparativo da situação dos pescadores antes e depois do acidente.
Falta de assistência
A última audiência sobre o caso ocorreu no dia 13 de fevereiro e desde então, a fábrica não adotou nenhuma medida em relação aos pescadores, que por falta de assistência, já retornaram ao trabalho.
De acordo com a representante da associação, Agailda Vieira, “os pescadores já estão pescando novamente, sendo que os peixes que se encontram no rio são oriundos do mar e muito ainda são filhotes”. Mais de 700 famílias que sobrevivem da pesca foram prejudicadas com o derramamento de amônia que aconteceu em outubro do ano passado.
Instrução
Com a conclusão da primeira parte dos processos, será iniciado o levantamento dos dados sobre o caso. Os envolvidos prestarão depoimentos e peritos serão nomeados para produzir relatórios sobre de que forma ocorreu o acidente e quais os prejuízos provocados. A visita ao rio que estava agendada para acontecer na manhã de ontem foi cancelada em decorrência das chuvas. Não há data prevista para novas audiências, bem como para a visita.
Por Valter Lima/INFONET