O líder da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna na manhã desta quarta-feira (15), para rebater as pressões que o comandante da Polícia Militar, coronel Magno Silvestre, e o governador Marcelo Deda (PT) estão impondo contra os movimentos dos policiais militares que tendem a reivindicar melhores condições de salário. Para o parlamentar, pressões como estas nunca foram vistas na história de Sergipe, principalmente contra movimentos grevistas.
Preocupado com o tratamento disponibilizado pelo governador com a Polícia Militar, Venâncio disse que “isso não foi visto nem na ditadura. É uma novidade triste e logo em um governo do PT! Em entrevista à imprensa do Estado, o comandante da PM diz que a hierarquia da corporação não foi quebrada e quem fugir dos limites será penalizado. O coronel Magno disse que a categoria policial é diferenciada e tem normas diferenciadas, mas com o regime democrático de direito houve a abertura para reivindicar. Agora quando a gente se depara com uma determinação do comando da PM aos seus subordinados a gente percebe a contradição do comandante”, alfinetou o líder da oposição.
Venâncio estava se referindo a “orientação” do comando da PM alertando que, a fim de reivindicar melhores salários, há a configuração da quebra da disciplina militar. “O comandante diz em uma entrevista que há a abertura para as reivindicações com a democracia, mas isso vem seguido de uma determinação dele para que todos os policiais militares não promovam ou participem de qualquer movimento reivindicatório. Agora isso no governo de Marcelo Deda, logo ele, o professor e maior incentivador de greves da história de Sergipe. Sentado na cadeira de ‘rei’, hoje ele suporta nem a reivindicação de uma categoria”.
“O major Lima Alves é o chefe da guarda do governador; o major Eduardo é o chefe da segurança pessoal do governador; e o tenente coronel Carlos Augusto é o chefe do gabinete militar. Todos eles lideraram motins em outros governos e hoje foram promovidos e fazem parte do comando policial lá no palácio do governo. Quem reivindica alguma coisa hoje, acaba sendo ameaçado ou preso. E que democracia é essa? Será que as categorias vão ter coragem de incomodar o governador no seu palácio? Até porque o governador pode até chamar o exército para acalmar os manifestantes”, provocou o deputado.
Venâncio foi ainda mais longe e disse que “logo Deda que adquirIu a confiança dos movimentos sociais! Agora, sentado na cadeira de governador, ao invés da prepotência, da vaidade e da arrogância, caberia a Deda chamar todos os movimentos grevistas, abrir o diálogo e iniciar a negociação. Ele não pode ameaçar as categorias, buscando a intimidação. Parece que o poder subiu para a cabeça do governador e ele não quer nem receber a Polícia Militar. Com os professores não se chegou a um entendimento, mas houve a conversação. E Deda tem que dialogar com a Polícia Militar. Os militares estão indo para as ruas porque estão com fome, por causa da diferenciação salarial que eles possuem com relação a Polícia Civil e por causa do salário miserável e desumano. O governador tem que reparar essa injustiça”, completou.
“Infelizmente o governo do Estado combina com a Prefeitura de Aracaju e ambos massacram o funcionalismo público. Na capital nunca se viu tantas graves como hoje. No governo do PCdoB até coveiro entra em greve! Aquela história da campanha de 2008, sobre a importância da vitória de Edvaldo Nogueira (PCdoB) em Aracaju foi puro engodo. E, antes de concluir, quero dizer que o comandante da Polícia Militar de Sergipe, o coronel Magno Silvestre, que gosta de punir os policiais que fazem bico para não morrerem de fome, para completarem seus rendimentos, é o maior ‘biqueiro’ do Estado. Com que condições ele quer punir alguém? Todo mundo sabe disso e é público e notório! Deda que seja mais humilde e demonstre que é um democrata ao abrir as portas do seu palácio para a PM”, finalizou Venâncio.
Habacuque Villacorte, da Agência Alese