Moema Lopes, do Emsergipe.com
Mais um jovem morre em Aracaju por uso indevido de anabolizantes. Mike de Oliveira Lopes tinha 22 anos e queria melhorar a aparência, mostrando mais músculos no corpo, de forma rápida. O resultado disso foi para ele fatal. Mas, para o irmão dele, Cícero, que é menor de idade e também fez uso do medicamento, o final da história pode ser diferente. O adolescente já apresenta no corpo os efeitos nocivos dos anabolizantes, mas está vivo e ainda pode ser tratado.
“Amanhã (15) mesmo ele inicia um tratamento de desintoxicação. Cícero está em casa e apresenta os mesmos sintomas que o irmão. São caroços e feridas espalhados pelos braços e pernas”, disse o pai dos jovens, Luiz Cândido Lopes. Como se não bastasse a difícil situação que a família está enfrentando, o corpo de Mike de Oliveira ainda teve que ser enterrado às pressas porque o médico que o atendeu, no Hospital João Alves (HUSES), informou no atestado que a causa da morte foi meningite.
Por conta disso, o corpo do jovem, que faleceu ontem por volta das 22 horas teve que ser enterrado nesta manhã, às 9 horas. “Ele foi enterrado às pressas porque o laudo do hospital constava meningite. Uma doença muito contagiosa. Tivemos que fazer o velório nas pressas e nem pudemos abrir o caixão”, disse o pai inconformado com a situação. Seu Luiz Cândido disse que um técnico da Secretaria de Estado da Saúde já entrou em contato com a família para apurar o caso.
“A Secretaria de Saúde vai apurar o caso e eu vou procurar o Ministério Público Estadual (MP) para pedir apoio”, informou. Luiz Cândido disse ainda que já obteve informações sobre o responsável pela aplicação dos anabolizantes em seus filhos. “Eu soube que ele aplicou anabolizantes em quatro ou cinco garotos, que também estão com esse problema. Sei que só lá em casa foram dois”, declarou, ao acrescentar que Mike tinha dito que ia usar os anabolizantes para ficar mais bonito.
“Mas eu pedi que ele não fizesse isso e ele fez”, lamenta. O jovem tomou duas doses injetáveis de ADE, um tipo de anabolizante, cuja aplicação é exclusiva para cavalos, bois e porcos, e morreu 15 dias após a segunda aplicação. De acordo com Cícero, a ampola do produto foi comprada por R$ 30, em um estabelecimento especializado em produtos agrícolas, no Bairro Santos Dumont. O MP em Sergipe lançou ano passado uma campanha contra o uso de anabolizantes. A venda desses medicamentos para uso humano é ilegal.
