Rodízio de água em Aracaju pode causar focos de dengue - Jornal da Globo
10/4/2009
Os moradores de Aracaju estão tendo de fazer rodízio de água por causa do desabastecimento provocado pela seca. E isso acaba trazendo outro problema. A possibilidade de formação de focos de dengue.
No céu nenhum sinal de chuva e a previsão climática anuncia dias mais quentes. Os rios vão secando. O que abastece Aracaju está com mais de um metro abaixo do limite normal.
Pela segunda vez este ano foi adotado um rodízio de água. Pelo menos 500 mil pessoas enfrentam a falta d´água. "É um problema sério, um sufoco", afirma a dona de casa, Genivalda Pereira.
A cena se repete todos os dias em plena área urbana. Baldes, panelas, qualquer recipiente é usado como depósito. O desabastecimento provoca um problema ainda maior. O de saúde pública. Água acumulada pode esconder o perigo da dengue. Em recipientes nessas condições o mosquito encontra ambiente ideal para reproduzir.
"Com o rodízio só faz aumentar a nossa preocupação porque as pessoas precisam armazenar a água e não tem o cuidado necessário e pode aumentar a infestação", afirma a Coordenadora do Programa Dengue de Aracajú, Taize Cavalcante.
No ano passado, 47 pessoas morreram vítimas da doença em Sergipe, 19 na capital. Em 2009 a situação é considerada de alerta, uma pessoa já morreu. "Ontem foi minha cunhada, amanhã pode ser meu filho", conta o parente de uma vítima.
"É importante que no mínimo duas vezes por semana a pessoa retire a água completamente e passe a escova com água sanitária nas bordas de todos os recipientes". De casa em casa, agentes de saúde levam a informação como arma. "Se a gente tiver o cuidado de tampar os reservatórios possíveis e os que não são lavados regularmente duas vezes por semana, não tem como criar as larvas do mosquito", explica o agente de endemias, Givaldo de Jesus.
"Eu faço a minha parte, junto água mas eu cubro, tampo certinho. Faço isso para que não aconteça com ninguém, para que assim não haja o foco da dengue", completa o empresário, Paulo Araújo.