FAXAJU
O prefeito de Poço Redondo, frei Salvador Enoque (PSB), disse, neste sábado (11), que as carretas de alimentos anunciadas pelo Governo do Estado ainda não chegaram: “mas, de qualquer forma, houve um paliativo, através de cestas de 10 quilos enviadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social”.
Segundo Enoque, a secretária Ana Lúcia anunciou o envio de 4.600 cestas, mas depois telefonou avisando que seriam transportadas apenas 2.700: “pode-se imaginar o desespero de excluir 1.900 famílias famintas, que estavam na esperança de receber cestas de alimentos”, disse Enoque.
A solução encontrada foi cortar os povoados que ficam à beira do rio São Francisco, que não têm problema com falta de água e conseguem alimento. Todas as 2.700 foram distribuídas na região de Santa Rosa do Ermírio e Sítio Novos.
Ajudas – Frei Enoque disse que na sexta-feira da Paixão (10) dezenas de cestas foram distribuídas por evangélicos na região e outras através de ajuda conseguida pelo radialista Messias Carvalho, através do seu programa de rádio.
O prefeito de Poço Redondo revelou que os projetos estruturantes para convivência com a seca “até o momento não chegou”. Segundo Enoque, apenas 140 pessoas tiveram seus projetos aprovados pela agência do Banese em Canindé do São Francisco, a juros de 6.75% e não a 3.75% como havia sido prometido no projeto anunciado pelo Governo.
Frei Enoque acha que a “estrutura da Emdagro, que faz todo o projeto dos agricultores para empréstimo, e do próprio Banese é precária. Demora muito a concluir os trabalhos, em razão de uma burocracia que emperra”. Na Emdagro exige-se documentação rigorosa em dia, como vacinação e CPF, além do empréstimo ser feito de acordo com os bens, como a vaca com leite tem um valor, o garrote outro: “quem numa situação como essa tem vaca dando leite e garrote gordo?” Pergunta Enoque e lamenta: “a coisa é feita de tal forma, que nem parece caso de emergência”.
O prefeito Enoque Salvador esteve pessoalmente com o gerente da agencia do Banese em Poço Redondo – Manoel – acompanhado de mais 111 pequenos agricultores. Ouviu dele que está encontrando muita dificuldade em iniciar os empréstimos, porque os projetos são feitos pela Emdagro e o processo é demorado.
Sexta-feira (10) completou a terceira semana da presença do governador Marcelo Déda ao sertão e até o momento não foi feito 1% do programa de emergência anunciado para os pequenos agricultores. O gerente do Banese, Manuel, marcou uma reunião com os 111 agricultores para a próxima terça-feira (14). Ainda vai dizer como os pleitos serão atendidos: “até o momento ninguém recebeu nada em Poço Redondo e não sei se os 140 agricultores de Canindé do São Francisco receberam”, disse Enoque.