Efeito bumerangue
A “bola de neve” continua crescendo. Agora, são os Procuradores do Município de Aracaju que ameaçam entrar em greve (ontem fizeram uma paralisação de “advertência”) em protesto contra o reajuste salarial de 1% anunciado pelo prefeito Edvaldo Nogueira. Médicos, professores, enfermeiros, agentes de saúde, dentistas, guardas municipais e outras categorias profissionais já estão em greve ou pensando em cruzar os braços. Tudo isso sem contar a possível decretação de uma greve geral dos servidores públicos, o que paralisaria totalmente a prefeitura de Aracaju.
Quando ocorre uma situação como essa, o dedo acusador dos funcionários, dos sindicalistas e da própria imprensa aponta para o prefeito imputando-lhe a culpa pura e simples. Mas, em relação ao prefeito Edvaldo Nogueira, essa “regra” não se aplica. O grande equívoco dele foi ter anunciado o surreal 1% de aumento salarial para o funcionalismo. Tivesse Edvaldo Nogueira dito que os cofres municipais não têm dinheiro suficiente para dar qualquer reajuste salarial aos servidores, certamente a reação do funcionalismo não seria tão contundente. Ninguém é capaz de negar que conceder 1% de aumento salarial é, antes de tudo, um “tapa na cara” do trabalhador (e sem luva de pelica).
Quem é minimamente informado sabe que as prefeituras municipais sofreram um grande “baque” nas suas receitas em função dos efeitos da crise econômica mundial (a tal “marolinha” do presidente Lula da Silva). As verbas federais diminuíram e a arrecadação de taxas e impostos foi “lá pra baixo” e o momento exige um aperto de dois buracos no cinto. Por que, cargas d’água, o prefeito Edvaldo Nogueira não disse “não tem aumento de salário e quem quiser pode ver as contas da prefeitura para confirmar que não há dinheiro para isso”? Lamentavelmente, nenhum secretário ou assessor o alertou nesse sentido. Deu no que está dando. E, como sempre acontece, mais uma vez repousa nos ombros da população o fardo mais pesado.
Ameaça de aquartelamento
O governador Marcelo Déda precisa usar toda a sua inteligência, bom senso e capacidade de dialogar para evitar que ocorra a mais temível e apavorante ameaça para o povo sergipano: o aquartelamento dos policiais militares. Uma greve de PMs seria a coisa mais horripilante que a população poderia suportar, nesse momento em que o número de assaltos, roubos, furtos e assassinatos emoldura um quadro de insegurança pública alarmante em Sergipe. Compete ao governador dialogar com os policiais militares em clima de harmonia e respeitabilidade por se tratar de uma questão que exige muita responsabilidade. Uma “queda de braço” não interessa à população. É, portanto, necessária muita habilidade e cautela de ambas as partes para que o pior não aconteça.
O Velho Oeste é aqui?
Era só o que faltava. Na tarde de ontem houve um tiroteio no centro de Aracaju com dois bandidos duelando com a polícia. Um policial levou dois tiros e os marginais fugiram com o dinheiro que tinham acabado de roubar de um empresário. Quem presenciou a cena lembrou de filmes de “bang-bang” como “O dólar furado”, “Duelo no curral OK” e outros.
Pedido de socorro
O prefeito de Maruim, Gilberto Maynart, solicitou ao secretário de Segurança Pública, Kércio Pinto, para aumentar o efetivo de policiais militares e colocar mais viaturas no município. “O número de assaltos vem crescendo consideravelmente no município’ disse o preocupado prefeito. Enquanto isso, a propaganda oficial não cansa de alardear que “nunca foram investidos tantos recursos financeiros em segurança pública como agora no governo Marcelo Déda”.
Soltando o verbo
“Desejo ser extremamente fiscalizado. Acho que todos vão pegar no meu pé”.
Senador Almeida Lima (PMDB), presidente da Comissão Mista de Orçamento.
Para reflexão:
“O pedestal pode ser uma coisa imaginária, mas o pelourinho é uma horrenda realidade”. (Oscar Wilde)