A notícia de que o senador Almeida Lima (PMDB) foi indicado para ocupar a presidência da Comissão Mista do Orçamento, a mais importante do Senado Federal, gerou um considerável número de notas e comentários na imprensa, sendo a maioria deles emoldurados por insinuações variadas que vão desde “líder da tropa de choque de Renan Calheiros”, “Rolando Lero” ou “metamorfose ambulante”. Essa enxurrada de palavras depreciativas que, à primeira vista, poderia incomodar o senador sergipano, deve ter provocado nele um sentimento de conforto e bem-estar. Explica-se: todas as vezes que um político é alçado a um cargo importante na esfera federal, a imprensa e seus adversários vasculham sua vida pública e privada à procura da existência de processos judiciais tramitando contra ele ou seu envolvimento em questões que dizem respeito à prática de corrupção, desvio de dinheiro público e outras mazelas.
Lamentavelmente, na maioria dos casos, o político toma posse no cargo cercado por esse tipo de denúncias que são muitas vezes comprovadas depois. No caso do senador Almeida Lima, o “pente fino” que passaram na sua vida pública e privada somente detectou apelidos, alguns pejorativos. Por outro lado, ganha um pirulito aquele que apontar um só político que tenha ocupado um cargo importante a nível federal ou mesmo estadual em função apenas dos seus belos olhos. Todos foram indicados através de articulações políticas ou acordo entre partidos. Foi justamente o que se deu com Almeida Lima na presidência da Comissão Mista do Orçamento.
Os leitores podem até pensar que o titular da coluna deseja defender o senador Almeida Lima contra os “ataques” que vem sofrendo dos seus adversários políticos. Longe disso. Ele não é um santo. Ninguém é. Apenas procuramos registrar as incongruências que estão sendo postas na imprensa em relação à sua indicação para presidente da Comissão Mista do Orçamento. Em tempo: até agora o senador não foi acusado de praticar ilegalidades ou teve seu nome envolvido em casos de corrupção. Não é um raro ponto positivo?
A luta continua
Os professores estaduais acabaram com a greve, mas o embate com o governo do estado parece não ter fim. Ontem, o presidente do Sintese, Joel Almeida, protocolou no Tribunal de Contas do Estado o pedido de Tomada de Conta Especial na secretaria de estado de Educação com base nas denúncias que entidade fez através da imprensa e a liberação da folha de pagamento de pessoal entregue pela secretaria à Corte de Contas. De pronto, o presidente do TCE, conselheiro Reinaldo Moura, prometeu atender as duas solicitações do Síntese. Essa iniciativa dos representantes dos professores revela, à primeira vista, que eles estão absolutamente convictos de que existem irregularidades administrativas e financeiras na secretaria de Educação. Caso contrário, não iriam envolver o próprio Tribunal de Contas do Estado nessa questão. Como já foi dito, a reação do governador Marcelo Déda à greve dos professores fez surgir um profundo abismo separando as duas partes envolvidas e difícil de ser superado de agora em diante.
Outra greve
Os servidores da prefeitura de Aracaju poderão entrar em greve nos próximos dias porque, segundo o presidente do Sepuma, Nivaldo Fernando, “é inadmissível que a prefeitura queira socializar a crise com os servidores municipais, enquanto os secretários receberam um reajuste salarial de 56%”. Tudo isso em função do anúncio de 0% de aumento para o funcionalismo municipal.
Deu na Folha
Na coluna Painel: “Governadores com processos na fila do TSE se preocupam com a composição partidária da lista. Foram cassados um do PSDB e um do PDT. O próximo é Luiz Henrique (SC), do PMDB. O sétimo da lista é Marcelo Déda (SE), do PT. Acham que ninguém será poupado”.
Soltando o verbo
“A vida é feita de desafios e às vezes temos de encará-los”.
Prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, sobre a possibilidade de ser candidato a vice-governador em 2010 na chapa encabeçada por Marcelo Déda.
Para reflexão:
“Os Dez Mandamentos são extremamente claros e definidos porque foram decididos por uma só pessoa”. (Konrad Adenauer)
GIOVANI ALLIEVI