Folha de São Paulo
O Tribunal Superior Eleitoral pediu R$ 250 milhões a Lula para aperfeiçoar as urnas eletrônicas. Será um dinheiro bem gasto num momento em que deputados usam verbas oficiais no pagamento a serviços prestados por suas próprias empresas.
O objetivo é ampliar o sistema de reconhecimento biométrico dos eleitores brasileiros -a leitura ótica da impressão digital. O procedimento torna quase impossível a fraude na hora do voto.
No oceano de más notícias políticas recentes por causa da inoperância do Congresso, o avanço tecnológico do TSE é um alento. Em silêncio, outras providências já foram adotadas para 2010.
Uma das mais relevantes é publicar na tela das urnas eletrônicas as fotos e os nomes dos candidatos a suplentes de senadores. Essa gente fica em segredo até quando assume o cargo do titular. Muitas propostas tramitam no Congresso para eliminar a deformação, mas nada prospera. No ano que vem, graças a uma decisão do TSE, pelo menos as fotos desses políticos sem voto ficarão exibidas de maneira ostensiva no momento em que o eleitor confirmar o voto.
As novas urnas e o título de eleitor com reconhecimento biométrico, segundo o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, podem ser o primeiro passo para a adoção de uma carteira única de identificação pessoal no país. Projetos de lei tratam do tema há anos, sem sucesso, para condensar CPF, RG, habilitação para motorista e outros dados em um só documento. Em vez de alavancar essa ideia, o governo recentemente foi na direção oposta ao anunciar uma carteirinha extra -para torcedores de futebol.
A identificação biométrica deve chegar a 4 milhões de eleitores no ano que vem. Em 2014, a inclusão será total. Tudo se o governo considerar tal medida prioritária e aprovar o orçamento necessário.
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