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Centrais sindicais fazem atos em todo país por emprego e corte de juros

21/1/2009

Comitê de política monetária divulga nesta quarta (21) nova taxa de juros.
Presidente da Força Sindical promete invasão ao BC se não houver corte.

Amauri Arrais   Vídeo* Jornal Hoje
Do G1, em São Paulo*   

Trabalhadores em diversas capitais do país protestam, nesta quarta-feira (21), dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia a nova taxa básica de juros, pelo corte dos juros e contra demissões.

As manifestações, promovidas pela Força Sindical, CUT e outras centrais sindicais, ocorrem em pelo menos 12 capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Maceió, Manaus, Vitória, Goiânia e Aracaju. 
 
Em São Paulo, o ato reuniu bancários, metalúrgicos, químicos, comerciantes e outras categorias em frente à sede do Banco Central, na avenida Paulista por cerca de uma hora. Os manifestantes ocuparam uma das faixas da avenida, uma das mais movimentadas da capital paulista, provocando lentidão no trânsito.


Em discurso, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, prometeu uma invasão ao prédio do BC caso não haja uma redução na taxa de juros nesta sexta. 

Em comunicado, a Força defendeu um corte de dois pontos percentuais na taxa "para incentivar a atividade produtiva e retirar do circuito da especulação financeira bilhões de reais que poderão ser utilizados como crédito para investimentos e capital de giro das empresas e para utilização pelo público em geral". 


"Não pode o [Henrique] Meirelles [presidente do Banco Central] dar alívio fiscal, reduzir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e no outro dia as montadoras demitirem trabalhadores", protestou o Paulinho.

A manifestação também pediu a redução do spread bancário e a ampliação do seguro desemprego para dez meses.

O presidente da Força também sugere que o governo negocie com empresários reduções de impostos com a garantia de manutenção dos empregados por seis meses.

"O que nós queremos é a garantia do emprego. Muitos bancos estão promovendo demissões que não se justificam usando como pretexto uma crise que não é nossa", afirma a diretora do Sindicato dos Bancários de SP, Tânia Maria Barbosa.

Pelo país

Em Brasília, os manifestantes improvisaram um churrasco de sardinha em frente à sede do Banco Central pedindo a redução da Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, aproveitou para criticar o que chamou de "propostas oportunistas que surgem em momentos de crise". Ele se referia às ideias de empresários que têm proposto flexibilização dos contratos de trabalho como forma de amenizar os efeitos da crise.

Em frente ao BC, os sindicalistas montaram duas churrasqueiras para um "churrasco dos juros baixos". Os organizadores da manifestação providenciaram 150 quilos de sardinha que estão sendo assadas e distribuídas entre os manifestantes e outras pessoas que passam pelo local.

 

Em Curitiba, 250 pessoas participaram de uma passeata.

 

No Rio Grande do Sul, metalúrgicos se reuniram no complexo automotivo de Gravataí.

Centrais sindicais e a crise

Desde a última semana, as centrais sindicais mantiveram uma agenda de reuniões com representantes do governo e da indústria.

Na última semana, realizaram encontros com a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), e, nesta segunda-feira, estiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a reivindicação mais importante dos sindicalistas não ganhou garantias de Lula.

Eles queriam que as próximas medidas econômicas contra a crise e os futuros financiamentos para as empresas com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) só beneficiassem os empresários que se comprometessem a não demitir funcionários.

 

*Com informações da Agência Estado

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