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Senadores do PMDB com receio das urnas

19/1/2009

Correio Braziliense  

Hoje poderosa, a bancada peemedebista teme encolher em 2010. Dos 20 integrantes, 17 encerram o mandato no fim do ano que vem

Guilherme Queiroz
Da equipe do Correio
 
Poderosa a ponto de cozinhar em banho-maria a definição de seu nome à sucessão na Presidência do Senado, a bancada do PMDB se reveste de incertezas quanto à manutenção de sua influência depois de 2010. Dos seus 20 representantes na Casa, 17 têm mandato com fim marcado para 31 de dezembro do ano que vem. Nas avaliações internas, será um número difícil de ser igualado nas urnas, mesmo para um partido engrandecido pelos resultados das eleições municipais.

No próximo pleito, 54 cadeiras do Senado serão disputadas. Para o PMDB, significará eleger 30% dos assentos vagos para manter a atual representatividade na Casa. Com base no desempenho de peemedebistas nas últimas eleições, não será tarefa fácil. Em 2006, o partido conquistou quatro das 27 vagas — Joaquim Roriz (DF) Pedro Simon (RS), Jarbas Vasconcelos (PE) e José Sarney (AP) — quando abriu mão da disputa em grandes colégios eleitorais e colecionou derrotas, como a de Newton Cardoso (MG) e de Gilberto Mestrinho (AM).

Mesmo os casos de sucesso são usados na bancada como um sinal de alerta. E o de Sarney é o mais emblemático. Confiante de uma vitória fácil, o cacique se viu forçado a ir às ruas em campanha para frear o crescimento da ex-superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Maria Cristina do Rosário Almeida (PSB). Novata na política, ela obteve 43% dos votos, apenas 30 mil a menos que o peemedebista.

Destaque
A preocupação com as perspectivas eleitorais explicam os movimentos de alguns peemedebistas de se manterem em destaque nos próximos dois anos. Líder da bancada, o senador Valdir Raupp (RO) esgotou as tacadas para se manter no posto. Perdeu para Renan Calheiros (AL), que busca se reerguer do escândalo que o tirou da Presidência da Casa, e deve ser compensado com a liderança do governo no Congresso. Folclórico e midiático, o senador Mão Santa cabala votos para ocupar uma secretaria na próxima Mesa Diretora.

Para o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), a eleição das novas Mesas Diretoras do Congresso terá um papel importante para seus planos de se re-eleger senador. No caso de vitória do deputado Michel Temer (PMDB-SP) à Presidência da Câmara, as portas se abrem para que ele suceda o paulista no comando do PMDB, cargo estratégico na formação de alianças. “A eleição do Temer é muito importante para mim”, reconhece Jucá.

O senador Almeida Lima (SE) reconhece as dificuldades de uma campanha a uma cadeira do Senado, mas diz não acreditar que a eleição de um correligionário à Presidência do Senado influencie positivamente as chances dos senadores renovarem seus mandatos. “Hoje, o PMDB está muito maior do que há oito anos. Se não for eu o eleito em Sergipe, será um colega nosso em outro estado”, pondera.

Outro fator de incerteza é o desempenho de suplentes que sonham com a re-eleição. Na bancada peemedebista, cinco foram eleitos sem conquistar um voto: Valter Pereira (MS), Neuto de Conto (SC), Wellington Salgado, Paulo Duque (RJ) e Lobão Filho (MA). Efetivado com a morte do titular Ramez Tebet, Pereira já externou seu desejo de disputar as eleições em 2010, mas enfrenta resistências dentro do diretório estadual do partido. Os demais, dependem das pretensões dos titulares.
O PMDB está muito maior do que há oito anos. se eu não for eleito em Sergipe, será um colega nosso em outro estado

Almeida Lima (PMDB-SE), senador, que, mesmo otimista sobre a força do PMDB, reconhece a dificuldade de uma eleição.

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