O Estado de São Paulo
Naquele ano, faltaram palanques regionais a Alckmin
Christiane Samarco, BRASÍLIA
A antecipação da negociação em torno dos palanques de PSDB, DEM e PPS é para evitar que em 2010 se repitam situações como as que teve de enfrentar o tucano Geraldo Alckmin, na campanha de 2006, contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não queremos chegar à situação de o candidato a presidente não poder sequer visitar determinados Estados por conta dos conflitos entre aliados, como ocorreu no passado recente”, lembrou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Ele se referia à falta de um bom palanque para a campanha presidencial de Alckmin em Estados como Rio de Janeiro, Tocantins, Amazonas e Bahia, em que os aliados viviam às turras. Dois anos atrás, o PSDB baiano juntou-se ao PT do governador Jaques Wagner e derrotou Paulo Souto, que dividia o palanque com Alckmin.
A base inicial, formada por PSDB, DEM e PPS, também quer ampliar o arco de alianças, e, sempre que possível, a orientação é para que se dê prioridade ao PMDB. Na avaliação da direção tucana, as construções políticas locais serão favorecidas pela boa perspectiva da candidatura nacional do partido. A aposta geral é que, com presidenciáveis como os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, ficará mais fácil agregar aliados aos palanques estaduais do PSDB.
Em Sergipe, o partido não só espera novas adesões, como se empenha em reduzir a distância entre tucanos e o grupo do ex-governador do DEM João Alves. No Rio Grande do Norte, o PSDB só não apoiou a candidata vitoriosa à Prefeitura de Natal, Micarla Souza, por conta das dificuldades locais com o líder do DEM no Senado, José Agripino, que apadrinhou a candidatura, e da aliança local com o PSB da governadora Vilma Faria. O resultado, além da derrota na capital, foi o enfraquecimento do PSDB no interior.
Diante de resultados como esse, Guerra propõe que a prioridade, neste primeiro semestre de 2009, seja pacificar a base. “Vamos trabalhar para harmonizar os partidos para que nosso candidato a presidente não fique com o apoio das cúpulas e sem solidariedade das bases partidárias”, afirmou Guerra, ao dizer qual é a agenda prioritária da reunião de fevereiro próximo. No Rio de Janeiro, o roteiro é “dar consistência” à aliança com o PPS e o PV, que teve 50% dos votos na capital.