O líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), ocupou a tribuna no grande expediente da sessão de hoje, 22, para prestar solidariedade aos servidores do Banco do Estado de Sergipe (Banese), que se encontram em greve.
“Nós assistimos hoje aqueles que fazem o Banese e aqueles que fazem parte do quadro do funcionalismo público de Sergipe decepcionados com esse governo do Partido dos Trabalhadores, com esse ‘governo das mudanças’. Tenho certeza que aqueles que fazem o Banese, por muitos anos, tiveram esse sonho de ter o PT governando o Estado. E aqueles que sempre estavam à frente dos movimentos hoje criam mil impedimentos para os que reivindicam. No semblante desses baneseanos, aqui nas galerias, eu vejo o ar de frustração de que aquele sonho virou pesadelo”, solidarizou-se o líder da oposição.
Venâncio disse ainda que jamais os baneseanos viram a direção do banco entrar na Justiça para decretar inconstitucional um movimento grevista da categoria. “Hoje eu ouvi uma entrevista do presidente do Banco, Saumíneo Nascimento, quando ele falava das dificuldades que o banco atravessa, dentre as quais, o pagamento de uma decisão judicial para os funcionários. Mas ele só não disse que essa ação foi motivada porque o Banese, na pessoa do ex-presidente João Andrade, retirou os direitos adquiridos dos funcionários do Banco. Era uma ação superior a R$ 10 milhões e que, retirados os impostos, ficou em mais de R$ 1 milhão. Esse débito deveria ser creditado na diretoria de então, porque foi uma posição arbitrária e truculenta”.
“Saumíneo parecia um padre rezando, pedindo aos funcionários que amam e admiram o Banese que tenham carinho pelo banco, que voltem ao trabalho, pois o Banese está sendo prejudicado. Só que o amor é bonito quando é recíproco. Como é que o baneseano trabalha com o coração e o Banese retira seus direitos adquiridos em troca? A direção do Banco enviou uma proposta para os caixas do Banese, que recebem R$ 400. Querem dar 10% de aumento, ou seja, R$ 40. Isso é uma proposta imoral e indecente! Enquanto esses caixas ficam no dia a dia trabalhando, tem um conselheiro do Banese que mora em Brasília (DF) e que vem para Sergipe, uma vez no mês, recebendo um jeton de R$ 3 mil, com passagens e hospedagens pagas. Isso é injusto com os servidores. Essa é a ‘mamadeira’ que muita gente não gosta de ouvir. Tem muito ex-prefeito como consel heiro neste governo”.
Por fim, Venâncio disse que a oposição vai continuar combatendo isso, na linha de resistência. "Eu já participei de vários governos e eles podem não ter sido bons para os baneseanos, mas nenhum deles humilhou e maltratou os servidores como esse. É um estado de terror. As pessoas vivem com medo! Nós vamos ficar em defesa do Banco e dos servidores. Dizem que João Andrade é o ‘Papai Noel do Inferno’. Eu não vou tão longe: ele é o ‘Papai Cruel do Banese’, que fazia crueldades com os baneseanos e que o governo do PT estendeu para a Secretaria da Fazenda. É o símbolo da humildade e da sensibilidade. Eu parabenizo Sousa e sua categoria. São guerreiros e, mesmo de agrupamentos políticos diferentes, não posso deixar de reconhecer seus méritos à frente da categoria. Saumíneo tem que tomar a decisão de que vai comandar as negociações como presidente do Banco e tem que dispensar a representante enviada por João Andrade, que deve cuidar da Fazenda e explicar por que a arrecadação do Estado caiu. O poder é arrogante e prepotente por si só e os trabalhadores devem continuar unidos para vencer a batalha”, finalizou.
Augusto Bezerra – Em aparte, o deputado Augusto Bezerra (DEM) estimulou os baneseanos a continuarem lutando. “Não tenham medo. A PM sofreu todos os tipos de pressões, e eu digo que os conchavos não resolvem. A diretoria do Banese está desrespeitando os servidores e a sociedade sergipana. E o ex-presidente segue impedindo as negociações. Pela história que tem, Saumíneo já deveria ter entregado o cargo. Não se pode fazer acordo com medo. A PM fez um movimento ordeiro e firme e saiu de cabeça erguida no fim da negociação”, colocou.
Habacuque Villacorte, da Agência Alese
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