Para muitas mulheres, é um martírio ficar menstruada. As cólicas, a TPM, o inchaço, a dor, as espinhas... Enfim, um conjunto de desagrados mensais, pelos quais, infelizmente, elas têm que passar.
Devido a esses sintomas, muitas optam por não menstruar, alterando, assim, seu ciclo reprodutivo. “Há mulheres que escolhem os anticoncepcionais injetáveis de três meses, implantes ou mesmo a pílula de maneira contínua, ou seja, sem pausa”, explica o médico e professor do Departamento de Ginecologia da Universidade Federal de São Paulo, Ivaldo Silva.
Independentemente do tipo de anticoncepcional, dúvidas com relação às conseqüências do uso contínuo do medicamento pairam sobre as mentes femininas. E é por esse motivo que o DNA Mulher conversou com o doutor Ivaldo Silva, que deu dicas e informações preciosas sobre o assunto.
O anticoncepcional prejudica o órgão reprodutor?
Muita gente acha que por usar continuamente a pílula ou outro tipo de anticoncepcional, a probabilidade de ficar grávida rapidamente é muito pequena. “Isso é tudo ilusão. Estudos mostram que o anticoncepcional não influi no tempo em que a mulher demora para engravidar. É normal que as mulheres que tomam qualquer tipo de medicamento contraceptivo engravidem depois de um ano, pois é o prazo estimado pelos profissionais da saúde. A partir desse período, se não houver fecundação, é que a infertilidade começa a ser questionada”, explica Dr. Ivaldo.
A idade fértil aumenta com o uso dos anticoncepcionais?
Outra dúvida comum é achar que os anticoncepcionais prolongam a vida fértil da mulher, mas, segundo o professor de Ginecologista da UNIFESP, isso não passa de mais um mito. “Não existe isso, a mulher pode ter seu período prolongado se ela tiver histórico genético na família. Se a mãe tiver entrado na menopausa aos 50 anos, ela terá grandes chances de entrar com essa idade também.”
Pílula do dia seguinte: pode ou não?
Algumas mulheres usam a pílula do dia seguinte descontroladamente, e acabam se esquecendo do verdadeiro significado da sua existência.
“A pílula do dia seguinte serve para casos de emergência, e não é todo dia ou todo mês que você tem uma situação crítica. Ela possui uma dosagem hormonal alta, que ingerida continuamente poderá alterar de forma prolongada o seu clico menstrual”, afirma o médico.
No mercado, encontramos pílulas com uma única dose ou dividida em duas. Seja qual for sua opção, o importante é tomar o medicamento logo após o ato sexual, com melhor efeito entre 24 e 48 horas, pois, passadas 72 horas da relação, a pílula pode não surtir o efeito esperado. A eficácia da pílula diminui quanto mais tarde for tomada.
Mulheres acima de 40 anos podem continuar com o anticoncepcional?
Para surpresa de muitas mulheres, os contraceptivos hormonais podem não ser aconselháveis após os 40 anos. “Não gosto de indicar um anticoncepcional para mulheres que passaram dessa idade sem antes avaliar os riscos inerentes à sua condição física. Principalmente para as mulheres que fumam, obesas, hipertensas ou que apresentem outras doenças, pois têm maior chance de apresentar efeitos colaterais, tais como trombose venosa profunda - TPV - ou problemas cardíacos”, ressalta o doutor.
Pílula engorda?
A grande preocupação das jovens, ao iniciarem a ingestão das pílulas anticoncepcionais, é de que os pequeninos comprimidos poderão as engordar ao longo do tempo. “Engordar depende da resposta de cada paciente aos hormônios do anticoncepcional, dose e tipo (progestogênio), portanto, algumas pacientes podem apresentar aumento de peso”, encerra doutor Ivaldo Silva.
Fonte: Portal Lig TV