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Folha de São Paulo - MEC estuda criar 'feriado' para Enem

4/10/2009

Prova no meio da semana teria o objetivo de evitar conflito com as datas de outros vestibulares

Órgão diz que prazo de 30 dias é pequeno para organizar exame e que ele deve ocorrer na segunda quinzena de novembro

O governo federal poderá decretar feriado estudantil durante dois dias da semana para aplicar as provas do enem, caso não consiga uma nova data para a realização do exame num final de semana de novembro. O assunto será discutido amanhã numa reunião com reitores das universidades federais.

O enem estava marcado para este final de semana, mas foi suspenso, após o Ministério da Educação ter sido informado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", na noite de quarta, de que uma repórter fora procurada por pessoas dispostas a vender a prova por R$ 500 mil.

Um acordo com os reitores das federais é importante porque a maioria dessas instituições decidiu utilizar as avaliações do exame no ingresso dos estudantes. E a escolha de datas no meio da semana poderia ser uma forma de evitar conflito com outros vestibulares.

O Inep (órgão do MEC responsável pelo enem) disse que agora é mais provável que as provas ocorram na segunda quinzena de novembro -e não no começo do mês.
Reynaldo Fernandes, presidente do Inep, disse que 30 dias é um prazo muito pequeno para organizar a logística para realização do enem, que teve 4,1 milhões de inscritos.

O MEC informou ontem que a nova prova do enem já está pronta. As questões foram escolhidas a partir de um banco de dados organizado pelo Inep.

O MEC também deve definir amanhã se manterá o contrato assinado com o Connasel, consórcio liderado pela Consultec que ganhou a licitação para a realização do enem.

Na hipótese de romper o contrato com a empresa, a única que participou da licitação, o governo trabalha com duas possibilidades: contratar em caráter extraordinário (sem licitação) outra empresa ou adotar um plano de emergência.

Se decidir contratar outras empresas, o governo vai verificar se as que atuam no setor -como Cespe, Cesgranrio e Fundação Carlos Chagas- teriam condições de assumir a tarefa emergencialmente.

Já o plano de emergência pode envolver Inep, apoio da Força de Segurança Nacional, dos Correios e até mesmo do Banco do Brasil.
O MEC informou, por meio de nota, que a reunião entre os diretores do consórcio Connasel, a diretoria do Inep e representantes do ministério, prevista para ontem, foi adiada para a tarde de amanhã.

"Os diretores do consórcio solicitaram o recesso pela necessidade de tempo para apresentar as respostas (pedidas pelo MEC)", informa a nota.
Responsável pela assessoria de imprensa da Connasel, a Máquina da Notícia informou que o consórcio deverá ser mantido porque já está a par de toda a questão logística.

Como a Folha já publicou, o Ministério da Educação avalia que o consórcio cometeu diversas falhas, o que pode levar à rescisão contratual.

O contrato com a Connasel custou R$ 116 milhões. O governo estima que o vazamento já provocou um prejuízo de pelo menos R$ 35 milhões, apenas com a impressão das provas que foram canceladas.

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

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