Segundo Thomaz Mata Machado, falta esforço do governo para as obras de revitalização saírem do papel
Apesar de o presidente Lula considerar a transposição do rio São Francisco um projeto de desenvolvimento para o país, não é assim que as populações ribeirinhas e organizações populares enxergam o projeto. Com apenas 15% das obras já realizadas, os problemas já aparecem: desistência de prefeitos devido aos altos custos, rachaduras nas casas ribeirinhas, desrespeitos às terras indígenas. Além disso, a revitalização do rio está aquém da desejada.
O presidente do CBHSP (Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco), Thomaz Mata Machado, diz não se surpreender com a falta de apoio ao projeto nas regiões por onde as obras passam.
“[A região do] São Francisco em geral é contra, porque se percebe que existe uma escassez. A situação é complicada e dramática, pois o rio já foi excessivamente usado. A transposição pode significar o fim deste rio”.
Dentro do projeto de transposição é previsto o investimento em obras de revitalização do rio. O projeto foi criticado pelas organizações populares da região visto que o orçamento era tímido para as necessidades reais do rio. O São Francisco sofre com o assoreamento e a perda de matas em seu entorno, o que faz o rio perder a força e até mesmo secar em alguns trechos.
Mata Machado diz que falta esforço do governo para as obras de revitalização saírem do papel.
“Existe intenção. Tem recurso destinado, mas uma dificuldade imensa de aplicar este recurso. O governo trabalha com o projeto São Francisco com a prioridade absoluta na transposição”.
Fonte: Brasil de Fato
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