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Albano admite que DEM prejudica PSDB

5/10/2009

O deputado federal Albano Franco (PSDB) disse que a decisão sobre qual cargo vai concorrer nas eleições de 2010 será tomada no mês de janeiro do próximo ano. Ele nega que deixará a política caso não seja candidato ao Senado da República, reconhece o esvaziamento do PSDB devido à aliança com o DEM, do ex-governador João Ales Filho, e diz que seguirá a determinação da executiva nacional do PSDB.
Albano disse que não se sente isolado dentro do partido, mas triste por ter perdido companheiros e amigos.
Sobre as críticas de membros do DEM de que deseja essa aliança, Albano diz que tem sido procurado pelo presidente da executiva nacional do DEM para a manutenção dessa aliança e que não pode fazer além do que já vem fazendo.

Jornal do Dia – Terminou ontem, a data limite para as filiações partidárias, e o senhor disse que nessas eleições seria diferente do que ocorreu em eleições anteriores, anunciaria com antecedência a que cargo disputaria. Já definiu que cargo vai concorrer?

Albano Franco – Com exceção do ano de 2006, em todas as eleições anteriores, é só acompanhar a história política de Sergipe, eu tomei posições e definições bem anteriores ao prazo limite. Em 2006 é que efetivamente tomei a decisão de última hora e todos sabem que foi devido às circunstâncias de caráter nacional. E agora, com calma, vou tomar a decisão não só quanto à aliança, havendo inclusive uma tendência de uma aliança com o DEM por parte da executiva nacional, em virtude da candidatura majoritária. Ainda tenho tempo o necessário para qualquer decisão, avaliarei as pesquisas que me estimulam e me animam, demonstrando que tenho trabalho em sintonia com a sociedade sergipana.

JD – O senhor tem pesquisas que demonstram sua boa avaliação para concorrer a uma cadeira para o Senado Federal. O senhor vai tomar a sua decisão seguindo o que dizem essas pesquisas?

Albano – Ainda não estou decidido e nem definido quanto à candidatura majoritária. Eu tenho dito até que tenho plano A, B, C, mas sem anunciar quais são os planos que estão dentro da minha razão, da minha cabeça, do bom senso, porque ninguém é candidato de si próprio, só é candidato se tiver respaldo popular, apoio eleitoral e também as próprias alianças políticas. É isso que estamos fazendo e conversando, inclusive com o deputado federal José Carlos Machado (DEM), que é um companheiro de bancada.
Mas com relação a decisão, quero dizer que no início de 2010 eu tomarei. Não deixarei nem para fevereiro, nem março e nem abril.

JD – Existe mesmo a possibilidade de o senhor deixar a política se não vier a ser candidato ao Senado Federal?

Albano – Por enquanto não existe essa possibilidade, até porque, todos sabem que faço política por Sergipe. Não existe nada nesse sentido. Tudo não passa de invenção e fofoca. Eu tenho que fazer política com dignidade e coerência. Primeiro, quando assumi compromisso, honrei e cumpri, a exemplo do que aconteceu em 2006, quando, mesmo com todas aquelas dificuldades onde perdi amigos e companheiros, mesmo assim fui votado em todos os municípios, com exceção de Macambira e Canindé do São Francisco. Isso deixa claro que quando assumo um compromisso cumpro com minhas posições.
Tenho hoje um relacionamento muito bom com o governador Marcelo Déda (PT), inclusive cheguei a ligar para ele, deixando a minha palavra de conforto, e achei ele (Déda) muito animado. Graças a Deus é benigno [o nódulo extraído do Pâncreas na última sexta-feira] o problema dele e estamos torcendo pela saúde do governador.
A minha posição será de acordo com a do PSDB nacional. Para ajudar o palanque do PSDB nacional, seja de Serra ou de Aécio, eu tomarei a minha posição em consonância com o PSDB nacional.

JD – O senhor reconheceu que perdeu muitos amigos em virtude da aliança PSDB/DEM em 2006. O quadro volta a se repedir para as eleições de 2010, a exemplo do suplente de deputado federal Laércio Oliveira, que se filiou ao PR. É também em virtude dessa aliança PSDB/DEM?

Albano – É verdade, mas muitas vezes são também por circunstâncias políticas, problemas municipais e também por nos encontrarmos na oposição. Esse é o preço que se paga por se estar na oposição, por não termos os incentivos e os benefícios que o governo pode possibilitar. Muitas lideranças ficam interessadas em alianças do bloco do governo e outros por problemas de ordens anteriores, mas tudo isso nós estamos administrando para termos uma definição correta e com substância, tudo combinado com o senador Sérgio Guerra [presidente nacional do PSDB] e com os nossos candidatos.

JD – O senhor se sente isolado dentro do partido?

Albano – Não. Eu me sinto triste porque perdi companheiros e amigos. Agora, política é assim mesmo. O importante é que a maioria desses amigos entendam, mesmo aqueles que permaneceram no partido, que iremos tomar uma posição de acordo com o PSDB nacional. É preciso deixar de lado essas questões muitas vezes menores. Cheguei inclusive a receber convite do governador Marcelo Déda e do próprio presidente Lula para fazer parte da base do governo, mas não deixaria o PSDB, que é um partido em que estou há 16 anos.

JD – O partido tem hoje apenas um representante na Assembleia Legislativa. Diante desse esvaziamento, o senhor teme que o partido perca essa representação?

Albano – Não. Não porque nós temos alguns nomes novos e que serão surpresas, mas que não podemos anunciá-los nesse momento, inclusive profissionais liberais.

JD – Como o senhor tem acompanhado as críticas de membros do DEM que não desejam a aliança com o PSDB por não ter densidade eleitoral mas apenas o horário da televisão?

Albano – Não posso responder por que tenho sido procurado para formalizar a aliança pelo presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, o interesse do próprio candidato a governador, pelo deputado Machado. Agora, o que eles desejam é natural, que eu leve o maior número de aliados para a formalização da aliança. Entendo mas não posso fazer o impossível. Em alguns casos, não temos mais solução. Perdemos alguns elementos importantes tendo em vista a atual circunstância.

JD – Está descartada qualquer possibilidade de o senhor apoiar a reeleição do governador Marcelo Déda?

Albano – Isso é muito difícil, por termos responsabilidade com o PSDB e tenho compromisso com o PSDB nacional. Só farei tudo em Sergipe combinado e atendendo a orientação e os interesses maiores do partido, que é a eleição do presidente da República.

JD – O senhor acredita na candidatura de João Alves Filho (DEM) ao governo do Estado em 2010?

Albano – Eu acredito. O deputado Machado tem dito que ele (João) é candidato ao governo e é essa informação que o PSDB nacional tem recebido por parte dos que fazem o DEM no âmbito nacional. Hoje, eu não tenho dúvidas de que João Alves é candidato ao governo, mas só quem pode responder essa pergunta é o engenheiro João Alves Filho.

Fonte: Jornal do Dia - Chico Freire - chicofreire@jornaldodiase.com.br


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