Fiscalização do Ipem, o Instituto de Pesos e Medidas, reprova amostra de produtos recolhidos no interior de São Paulo.
Se você vai ao mercado, a palavra é paciência. É bom escolher com cuidado cada produto, principalmente se for comida congelada. Muitas vezes, quem paga, paga caro e leva bem menos do que o produto pesa. Muitas vezes a gente compra produto congelado e paga pelo gelo.
Por isso é que é preciso conferir cada grama, principalmente quando compra produto congelado, porque o consumidor desconfia, acha que pode ter mais gelo do que produto, mas nem sempre confere o peso. Uma fiscalização do Ipem, o Instituto de Pesos e Medidas, mostrou que é preciso mesmo colocar tudo na balança. Em algumas cidades do interior de São Paulo, todas as amostra recolhidas foram reprovadas.
Poderia ser história de pescador, mas a balança não mente: nos supermercados de São Paulo, boa parte do peixe está custando mais do que pesa. Foi o que constatou uma fiscalização do Instituto de Pesos e Medidas.
“Não presto atenção no peso que está indicado na embalagem. Só vou pegando. Geralmente nem a data”, admite a dona de casa Zélia Maria Santos Lima.
“A gente está sempre com pressa. Vai colocando no carrinho e não tem como”, aponta a empresária Marilza Aparecida de Lourdes.
Mesmo com pressa, vale a pena ficar na fila para conferir o que está levando para casa. No caso dos pescados, no estado de São Paulo, o número de irregularidades é muito grande. De cada dez produtos, dois tinham menos peso do que o indicado na embalagem.
Conferir é fácil. Uma embalagem, por exemplo, indica 400g, tem que ter um pouquinho a mais, 444g, então está correto, porque a gente tem que descontar o peso do plástico.
Para saber se o peso a mais na balança é de gelo, não tem jeito. É preciso chamar a fiscalização.
“Nem sempre um peso maior significa que lá está a quantidade, porque esse produto tem uma camada de gelo. Só dentro do laboratório é que nós fazemos a retirada desse glaciamento para fazer assim a pesagem”, explica a assessora de diretoria do IPEM-SP Heline Campos Coelho.
O Ipem examinou 64 lotes de produtos congelados da capital paulista e de sete cidades do interior do estado. Treze marcas foram reprovadas no teste da balança. Em Ribeirão Preto, por exemplo, todas as embalagens de camarão tinham menos produto do que o indicado. Em pacotes que deveriam ter um quilo, apenas 850 gramas.
Em São Paulo, o eletrotécnico Ricardo Bloise se surpreendeu com o resultado da fiscalização: “Não sabia. Agora vou ficar mais esperto, só que para conferir às vezes, atrapalha, tem fila no local da balança. Teria que ter uma balança para o consumidor conferir, acho que seria melhor”.
“Pego na bandeja e peço para pesar para ver se está correto. Eu quero confiar no que estou levando, né?”, diz a auxiliar de Departamento Pessoal Márcia de Oliveira.
As 13 empresas autuadas pelo Ipem em São Paulo têm dez dias para apresentar defesa. Depois disso, podem receber multa que varia de R$ 100 a R$ 50 mil. Elas também precisam corrigir a diferença de peso dos produtos imediatamente. Se isso não acontecer, essas empresas podem ser até mesmo fechadas.
Fonte: Bom Dia Brasil
Caderno País no ClickSergipe