Humilhada, agredida e discriminada. É dessa forma que a estudante Bárbara Crislayne dos Santos, de 20 anos, está se sentindo após ter sido espancada por duas colegas de classe do Programa Pró-Jovem estadual, no final da tarde da última quinta-feira, em uma praça nas proximidades do Colégio Leandro Maciel, localizado no conjunto Castelo Branco, onde as envolvidas estudam desde o início do ano.
De acordo com Bárbara, as agressoras fazem parte de um grupo de aproximadamente dez pessoas, que costumam ter esse tipo de comportamento. “Elas já vinham me agredindo verbalmente e de forma racista por eu ser negra. Ameaçaram quebrar meus óculos e eu sempre as ignorei para não ter nenhum tipo de problema. No final da aula, elas me empurraram e começaram a me agredir de forma covárde com vários pontapés na minha barriga, além de terem pego um paralelepípedo para jogar em mim, que por sorte um amigo não deixou”, relata.
Além de várias escoriações pelo corpo e emocionalmente abalada, a estudante, que mora com o marido e uma filha de dez meses, procurou a Delegacia Plantonista após o fato e registrou um boletim de ocorrência. A garota ainda vai procurar o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. “Estou com muito medo de voltar às aulas e ser ameaçada novamente, ou não voltar para minha casa com vida. De alguma forma vou procurar por justiça, porque não é a primeira vez que esse grupo pratica esse tipo de violência”, afirma.
A equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE esteve no Colégio Leandro Maciel para falar da coordenação do Pró-Jovem, mas ninguém foi localizado. A coordenação do colégio não quis comentar sobre o assunto.
Transcrito do: Jornal da Cidade
Texto: Verônica Moura / Foto: Maria Odilia