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Estadão - DEM aceita chapa tucana pura em troca de apoio em 6 Estados

20/9/2009

 

...no mapa eleitoral do partido, Santa Catarina, Sergipe e Mato Grosso estão na lista das seis candidaturas competitivas. Em São Paulo, o DEM ensaia a candidatura do prefeito Gilberto Kassab ao governo do Estado, mas o PSDB trabalha para que ela não vingue...

Para manter sobrevivência política e voltar ao poder no próximo ano, partido abrirá mão da vaga de vice e não atrapalhará planos da oposição

Em nome da sobrevivência política, o importante para o DEM é voltar ao poder em 2010. E para isso, se o candidato tucano precisar montar uma "chapa puro-sangue" com nomes do PSDB na disputa pela Presidência e vice-presidência, o DEM não atrapalhará os planos da oposição. A moeda de troca para abrir mão da vaga de vice, mantendo-se como aliado preferencial, é ter o PSDB no apoio a pelo menos seis candidatos da legenda em governos estaduais, incluindo Bahia, Distrito Federal e Rio Grande do Norte, as principais apostas do partido para 2010.

Grande parte da cúpula do DEM defende a dobradinha tucana José Serra-Aécio Neves. Avalia que a legenda precisa ganhar a eleição presidencial e, ao mesmo tempo, se reerguer nos Estados, onde fracassou em 2006, quando elegeu apenas um governador, José Roberto Arruda, no Distrito Federal.

O ex-senador e ex-presidente do partido Jorge Bornhausen é o maior entusiasta da chapa puramente tucana ao Palácio do Planalto. Em conversas reservadas com aliados, Bornhausen defende a tese de que a união São Paulo-Minas Gerais será decisiva para ganhar a eleição. Se depender dele, o DEM não colocará obstáculos a essa composição.

Essa é também a posição deputado ACM Neto, que comanda o partido na Bahia. "O DEM não vai ser empecilho. O partido fará todo o esforço para a vitória", garante o deputado do Estado.

O acordo com os tucanos está avançado em território baiano, o quarto colégio eleitoral do País. O DEM joga as fichas na eleição do ex-governador Paulo Souto, que perdeu a reeleição em 2006 para o petista Jaques Wagner. A legenda ofereceu a vaga de vice ao PSDB, que deve indicar o deputado federal João Almeida.

O acerto com os democratas foi costurado por Serra e seu fiel escudeiro baiano, o deputado Jutahy Magalhães Júnior, antigo desafeto do carlismo na Bahia. A missão deles é barrar a reeleição de Wagner e tentar um acordo com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), que pretende se candidatar.

ESPAÇO

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), é mais cauteloso na disposição em defender a dobradinha Serra-Aécio. Não esconde a preocupação de que a posição antecipada a favor desse apoio enfraqueça o partido. Reforça o aviso de que, em caso de chapa puro-sangue do PSDB, a recompensa para apoiá-la será cobrada no âmbito regional.

"Nesse caso, vamos sentar e discutir como o partido vai se recompor com o PSDB nos Estados. Queremos espaço para nossos candidatos a deputado federal, por exemplo", afirma.

Enquanto nenhum acordo é selado, ele adota o discurso de que a legenda vai trabalhar para indicar o candidato a vice-presidente, como ocorreu em 2006. Naquele ano, o ex-senador José Jorge foi o vice do partido na chapa com o tucano Geraldo Alckmin. "Não temos que abrir mão da vaga", diz Maia.

No mapa eleitoral do partido, Santa Catarina, Sergipe e Mato Grosso estão na lista das seis candidaturas competitivas. Em São Paulo, o DEM ensaia a candidatura do prefeito Gilberto Kassab ao governo do Estado, mas o PSDB trabalha para que ela não vingue.

Se a chapa Serra-Aécio não se confirmar, a legenda guarda na manga três nomes para oferecer à vaga de vice. Um deles é o do deputado José Carlos Aleluia (BA) e os outros dois são os senadores José Agripino Maia (RN) e Kátia Abreu (TO).

Agripino terá de enfrentar um jogo duro no Rio Grande do Norte se for para a reeleição ao Senado. Além dele, há dois pesos pesados na disputa: o senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e a governadora Wilma de Faria (PSB).

Haverá duas vagas em jogo. Para reeleger Agripino, líder da bancada no Senado, o DEM acredita na força de sua candidata ao governo do Estado, a também senadora Rosalba Ciarlini. A estratégia é atrair Garibaldi para a chapa e isolar Wilma de Faria. A arma é o suplente de Rosalba no Senado, o pai do próprio Garibaldi.

O ESTADO DE SÃO PAULO - Leandro Colon

 

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