Entendimento é de Robson Viana, que assegura haver rejeição da bancada ao prefeito
O vereador Robson Viana (PT) revelou ao Universo Político.com em on o que a maioria dos vereadores que formam a bancada do prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB) na Câmara Municipal sente na pele, mas só fala em off: a fidelidade ao governador Marcelo Déda (PT) tem sustentado o apoio dos parlamentares ao prefeito, mas, pela rejeição ao comunista, muitos já poderiam ter rompido o apóio.
"Vários vereadores, inclusive eu, temos uma grande amizade com o governador, um vínculo muito importante. O governador tem sido um intermediário importante neste relacionamento, inclusive alguns vereadores já foram a ele reclamar desta situação. Como participamos de um projeto único de mudanças, não vejo necessidade para este problema com o Executivo. Mas é inadmissível esperar até oito meses, para se ter uma resposta de uma indicação feita aqui na Câmara", entende Robson.
De acordo com o parlamentar, uma pesquisa junto à bancada do prefeito revela facilmente esta rejeição - sobretudo por conta das demandas do Orçamento Participativo. "Todos os vereadores reivindicam obras discutidas em relação ao Orçamento Participativo. E acho normal que a população cobre, pois prometemos em campanha, quando pedimos votos para o prefeito de casa em casa. A minha cobrança é em relação a isso", assegurou o parlamentar.
Esta semana, o prefeito Edvaldo Nogueira disse ao radialista Gilmar Carvalho, na Ilha FM, que o vereador Robson Viana faltou a última reunião que ele promoveu com sua bancada - formada hoje por 17 dos 19 vereadores de Aracaju. Juvêncio Oliveira e Nitinho (ambos DEM) são as únicas exceções.
Robson, por sua vez, ouviu a entrevista e sentenciou: "quem tem boca fala o que quer. Foi isso que ele (Edvaldo) disse, e eu digo também. Mas não estou indo mais às reuniões porque os encontros não são para resolver os problemas da população, mas do Executivo municipal. Acho que as reuniões devem ser para o povo de Aracaju, que nos elegeu", disse.
Segundo Robson Viana, o prefeito também não tem dado atenção às indicações e obras solicitadas pelos parlamentares.
"São obras que o prefeito, na sua caminhada na campanha, prometeu ao povo de Aracaju. E estão nas demandas do Orçamento Participativo. Não estão nas demandas de vereador ‘A', ‘B' ou ‘C'. Acho que o prefeito deveria reavaliar sua posição. Ele falou no rádio que eu não estou indo às reuniões. Mas deveria dizer por que não estou indo. Temos que ter convívio de transparência e comunicação com o Executivo", disse.
Robson observou que como as pessoas não têm acesso ao prefeito acabam apelando para os vereadores, que não decidem as prioridades da Prefeitura de Aracaju.
"É normal que as pessoas cobrem. Foi prometido. Tem dois anos e meio que fiz uma reunião com o prefeito na Praça Saturnino de Brito, no bairro Cirurgia. O projeto está pronto, mas a obra, nada. E ele prometeu. Na Suíssa, ele prometeu ampliar o posto de saúde e construir a lavanderia, mas até hoje não voltou mais lá. E as pessoas me cobram", lamentou o vereador.
Fonte: Universo Político.com - Por Joedson Telles
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