Fonte: Correio Braziliense
A crise financeira mundial e a possibilidade de bloqueio de novas contratações assustaram os concurseiros, mas o temido corte no Orçamento de 2009 não veio. Este ano serão admitidos 64.540 servidores federais e, para isso, serão gastos R$ 1,798 bilhão.
Os três poderes serão beneficiados: o legislativo poderá prover 1.287 funcionários, o judiciário contratar 11.479 e para o executivo estarão disponíveis 50.302 novos cargos. Já o Ministério Público da União tem previstas 1.472 vagas a serem ocupadas. Em 2008, o preenchimento de 56.348 cargos, incluídos no orçamento, custou aos cofres públicos R$ 948 milhões.
À primeira vista, os planos governamentais de incrementar o quadro de funcionários é bastante otimista. Serão criados 33.667 cargos, praticamente metade do total. Também serão gastos R$ 677 milhões anualmente para substituir 19.423 terceirizados. Para este ano, já estão autorizados 2.254 postos em diversos setores: Banco Central, ministérios da Educação, Integração Social, Justiça, Ibama, Inmetro, Funasa, entre outros.
Diante disso, o fantasma da crise financeira não deve chegar aos concursos públicos. “A crise é oportunidade para quem trabalha. É uma boa hora para investir em estudos”, observa o professor Ernani Pimentel, diretor da Vestcon. “2008 foi marcado por duas turbulências: a polêmica da CPMF e a crise. Na prática, nenhuma das duas atrapalhou de fato quem se prepara para entrar na carreira pública”, completa.
Membro da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac), Pimentel ressalta que o levantamento da instituição prevê mais de 40 mil vagas no âmbito nacional e mais de 100 mil nos estados e municípios. “Não tem como haver crise na área de concursos”, avalia.
Entre os concursos mais esperados estão os da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Tribunal de Contas da União e Banco Central — para técnicos e analistas — que ainda não foram autorizados. Juntas, as seleções podem ter até mais de 11 mil oportunidades e salários que chegam a R$ 19 mil. “Este será mais um ano muito bom para quem quer entrar no funcionalismo. Não acredito em recessão ou em cortes significativos de vagas”, afirma o professor José Wilson Granjeiro, diretor-presidente do Obcursos.
Estão abertas as inscrições de 3.003 oportunidades em nove concursos. Profissionais com todos os níveis de escolaridade podem se candidatar a salários que vão de R$ 1.120 (assistente técnico do Senai-DF) a R$ 19.955,40 (Ministério Público do DF).
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) precisa contratar 143 servidores com níveis médio e superior. São postos para regulador de serviços públicos (110), advogado (8) e técnico de regulação de serviços públicos (25). Os interessados têm até 4 de março para se inscrever no www.universa.org.br . As provas serão em 5 de abril. Profissionais de saúde podem se candidatar às 200 vagas de auxiliar de saúde e técnico de laboratório da Secretaria de Saúde. A remuneração chega a R$ 1.510 e a inscrição vai até 3 de março.
No âmbito federal, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit), a Infraero, a Marinha e o Ministério do Meio Ambiente buscam, juntos, 2,3 mil servidores e formação de cadastro de reserva. No Dnit, as vagas são temporárias e os salários atraentes: R$ 3,8 mil a R$ 8,3 mil. As atividades estão voltadas às necessidades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A Infraero lança o segundo edital do ano para 46 áreas distintas. E a Marinha procura aprendizes de marinheiro para curso de formação. No Meio Ambiente, os 200 postos são para agentes administrativos.
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