Depois que foi publicado o resultado de uma pesquisa realizada pelo IBGE apontando (ou confirmando) que considerável parcela - mais da metade - da população brasileira é profundamente racista e muito preconceituosa, começaram a surgir na imprensa relatos de casos que exemplificam esses sentimentos. Em Sergipe, foi registrado o episódio no aeroporto de Aracaju envolvendo uma médica e o funcionário de uma empresa aérea e anteontem aconteceu na cidade de Serra, no Espírito Santo, um caso com conotação de racismo quando um advogado chamou uma policial militar de "branquela tirana".
A PM afirmou que se sentiu ofendida ao ter sido chamada de "branquela", taxando isso de atitude racista. Já o advogado se defendeu dizendo que racismo era chamar alguém de "crioulo". É preciso observar que esse caso teve como protagonistas um advogado e uma policial militar, pessoas que, à primeira vista, devem ser bem informadas e em perfeito uso de suas faculdades mentais.
O que pode ser deduzido desse lamentável episódio é que o resultado da pesquisa do IBGE corresponde à realidade nua e crua vivenciada no Brasil quando se trata de questões de cunho racial. Não adianta tapar o sol com a peneira e dizer que não existe racismo no nosso país. Ele está presente em todos os segmentos da sociedade e particularmente nas classes "A" e "B".