“Você não vale nada/Mas eu gosto de você!/ Você não vale nada/Mas eu gosto de você!/ Tudo que eu queria/era saber por quê?/ Tudo que eu queria/era saber por quê?” Quem não ouviu ainda o refrão acima da canção de Dorgival Dantas que, atualmente, é um dos mais executados nas emissoras de rádio pelos quatros cantos do país? Pois é, a música virou um fenômeno país afora, graças ao efeito cascata promovido pela banda sergipana Calcinha Preta, que a regravou.
E como se isto não bastasse, a canção foi incorporada na trilha sonora da novela “Caminho das Índias” e virou tema do casal Norminha (Dira Paes) e Abel (Anderson Muller). Resultado: sucesso total, seja para o folhetim de Glória Perez, seja para a banda de forró sergipana, que ajudará o ibope da novela subir, por conta da participação especial no capítulo desta segunda-feira, quando aparecerá executando “Você Não Vale Nada Mais Eu Gosto de Você”.
Na cena, Dayse (Betty Gofman) convida Abel para ir ao show da banda na gafieira e ele aceita, vendo uma oportunidade de deixar a esposa com ciúme. Norminha, que não perde a chance de ver a Calcinha Preta de perto, chega ao local chamando atenção. Ele finge não perceber, mas ao ver um homem (Roberto Bento) convidando Norminha para dançar, não consegue esconder sua insatisfação.
Ao perceber a reação do marido, Norminha finge que seu par na dança está tentando lhe agarrar. O guarda a socorre e, antes que Dayse chegue ao local, não resiste e a beija. Depois da festa, Abel leva a esposa para casa, que fica desesperada ao ver a desarrumação do local. Abel, então, diz que tudo estava esperando por ela e a beija novamente.
Além dessa aparição, a Calcinha Preta marca presença no Domingão do Faustão neste domingo, ocasião em que os vocalistas Silvânia Aquino, Paulinha Abelha, Bell Oliver, Marlus Viana e Anajara Gouveia irão colocar toda a plateia para dançar ao som de alguns sucessos da banda.
Sucessos que serão conferidos de perto por brasileiros que residem no exterior, e estrangeiros na turnê da banda que se inicia no final deste mês, percorrendo cidades do Canadá e Estados Unidos.
Segundo Eulina Dória, do departamento de comunicação da banda, essa não é a primeira vez que a Calcinha Preta realiza turnê internacional. “È a primeira vez que ela segue para o Canadá, mas os Estados Unidos e alguns países da Europa já fizeram parte do roteiro de outras turnês. No exterior, um público expressivo é composto de brasileiros, mas os estrangeiros, aos poucos, estão se rendendo ao ritmo do forró”.
Trajetória
Em meados da década de 90, o forró ganhou uma nova roupagem. O ritmo tornou-se mais acelerado, arranjos ganharam mais instrumentação, temas modernos inspiraram novos estilos de canções, e o palco passou a ser cenário de grandes espetáculos de decorações inovadoras, coreografias de dançarinos e efeitos especiais de luzes e sons.
Surge, então, a era da revolução da música nordestina, e no contexto, Calcinha Preta surge com seu primeiro CD “A Banda de Forró Mais Gostosa do Brasil”, vendendo de imediato mais de 100 mil cópias, e atraindo milhares de fãs em todo o Brasil.
Ao longo da carreira, esses números foram se multiplicando até atingir as marcas de 200 mil cópias vendidas no primeiro DVD, 200 mil no segundo DVD, 250 mil no terceiro DVD e mais de 3,5milhões de CD’s vendidos.
Atualmente, a Calcinha Preta participa das maiores feiras agropecuárias do Brasil, disseminando o ritmo (que até então era limitado ao Nordeste e somente à cidade de São Paulo) por todo o Sudeste, reunindo verdadeiras multidões, que aplaudem e cantam suas canções nos shows pelo interior de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Além de Alexandre (guitarra), Gilson Batata (contra-baixo), Pé-de-ferro (bateria), Missinho (acordeon), Alex Marques (teclados), Valdir (percussão), José Danilo (metal), Cássio (metal) e Cauca (metal), o espetáculo da banda leva ao palco os cinco vocalistas e quatro casais de dançarinos (Dennis, Nana, Reginaldo, Amanda, Júnior, Maristela, Dorian e Meire), que emocionam o público com seus ritmos, melodias, figurinos, coreografias e cenários, capazes de impressionar inclusive a crítica especializada, lotando casas de shows e praças.
Texto: Suyene Correia
Fonte: Jornal da Cidade
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