Professores de cinco municípios sergipanos – Malhada dos Bois, Telha, Santana do São Francisco, Macambira e Feira Nova – vão cruzar os braços esta semana. A principal reivindicação é a implantação do piso salarial nacional do magistério. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese), Joel Almeida, disse que nove prefeituras de Sergipe já estão pagando o piso determinado por lei, no valor de R$ 950.
“Apenas duas estão pagando desde o início do ano, Propriá e Lagarto, onde a negociação foi tranquila. Nas outras houve algum tipo de tensão, como paralisação”, informou Joel, referindo-se a Poço Verde, Riachuelo, Canhoba, São Francisco e Tomar do Geru. Em Cristinápolis está sendo pago o piso, de forma parcelada, retroativo de janeiro a junho. Em Estância também está sendo pago, mas segundo o Sintese foi cortada a regência de classe e houve aumento da carga horária dos professores.
Os educadores de Feira Nova vão suspender as aulas hoje. De acordo com o Sintese, a administração municipal se comprometeu, em audiência realizada no dia 27 de julho, em apresentar a proposta para a implantação da lei do piso, mas até agora isso não foi efetivado. Em Santana do São Francisco, o magistério vai paralisar as atividades amanhã e quinta-feira, pelo mesmo motivo. Em Telha e Macambira os professores farão uma paralisação de advertência quinta e sexta-feira.
Já em Malhada dos Bois, a paralisação acontecerá a partir de amanhã e será por tempo indeterminado. Os professores também cobram a implantação do piso salarial nacional. De acordo com a comissão de negociação do Sintese, a administração municipal demorou muito a apresentar uma proposta e quando a apresentou não vislumbrava nenhuma valorização para o magistério, somente redução das gratificações. Mais de 15 mil professores trabalham nas redes municipais do interior do Estado.
Outros
Em Salgado os professores estão em greve desde o dia 29 de julho. No último dia 25, eles decidiram em assembleia que só voltam à sala de aula quando a lei do piso for aprovada e sancionada pela prefeitura, que entrou na Justiça como uma ação de ilegalidade da greve. Em Simão Dias, os professores estiveram em greve de 29 de julho a 18 de agosto. O movimento só foi interrompido porque o pedido da prefeitura de ilegalidade da greve foi acatado pela Justiça.
Em alguns municípios a negociação foi encerrada, porém falta a aprovação da lei. É o caso da Barra dos Coqueiros – onde a proposta foi aprovada com total integralização do piso já este ano, Campo do Brito, Cedro de São João, Santo Amaro das Brotas, Moita Bonita, São Cristóvão, Nossa Senhora do Socorro – onde houve a negociação para implantação de 2/3 em 2009, porém falta enviar o projeto para a Câmara de Vereadores, Laranjeiras e Carmópolis, ambos com negociação encerrada, mas também faltando enviar o projeto para aprovação do legislativo municipal.
Prefeitura de Socorro fecha o acordo
A prefeitura de Nossa Senhora do Socorro fechou definitivamente o acordo com os professores para o pagamento do piso salarial nacional da categoria. As negociações ocorreram entre os representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica de Sergipe (Sintese), e as secretarias municipais da Educação, Fazenda e Administração.
“Procuramos, desde o início, manter um debate transparente, franco e democrático nas negociações, assim como foi solicitado pelo prefeito Fábio Henrique. A prefeitura sempre esteve aberta para a discussão do piso salarial e toda a nossa documentação ficou à disposição do Sintese, para que os técnicos do sindicato pudessem analisar a nossa proposta”, disse Wellington Mangueira, secretário da Educação de Nossa Senhora do Socorro.
O fechamento do acordo aconteceu devido a uma política de diálogo que se desenvolve nas relações entre a Secretaria da Educação de Socorro e o Sintese, onde foi possível evitar questões como greve, paralisações e manifestações de um modo geral, chegando a um consenso através de propostas formuladas em diversos níveis, e aceita pela assembleia geral dos professores.
De acordo com o secretário da Fazenda, a prefeitura disponibilizou todas as informações solicitadas pelo Sintese. “Apresentamos a folha de pagamento dos professores e as receitas provenientes do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Com base nestas informações, as duas entidades [prefeitura e Sintese] trabalharam em clima de muita democracia e o acordo saiu naturalmente”, explicou Carlos Américo.
Para o diretor do Sintese, Erineto Vieira, a prefeitura de Socorro sempre esteve aberta ao diálogo.
“Desde o mês de março que estamos em processo de negociação. Foi fechado um acordo onde, além do pagamento do piso salarial, os professores também tiveram a garantia de que não perderiam suas gratificações. Isso foi muito importante”, frisou o sindicalista.
A educação em Socorro
Considerando os alunos da educação infantil, nível fundamental 1 e 2, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e o Sergipe Alfabetizado, que é realizado através de um convênio com a Secretaria de Estado da Educação, atualmente, em Socorro existem aproximadamente 14 mil estudantes.
Em dezembro de 2007 esse número era inferior a 10 mil. São 530 professores, distribuídos em 35 unidades de ensino, que, número que somado ao dos anexos, sobe para 38. A partir de setembro uma nova escola vai integrar a rede de ensino de Socorro. A nova unidade, que já está praticamente pronta, vai funcionar na Piabeta e oferecerá mais de mil vagas. Outra unidade de ensino, que terá dez salas de aula, está sendo construída no Mutirão do conjunto João Alves Filho.
Texto: Janaina Cruz
Fonte: Jornal da Cidade
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