Em oito meses, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 7.160 unidades de medicamentos diversos, entre anfetaminas e outros tipos de remédios transportados nas rodovias federais que cortam o Estado sem nota fiscal. As apreensões superam, e muito, a quantidade tirada de circulação durante o ano passado: 82 cartelas de anfetaminas, os conhecidos arrebites utilizados geralmente por caminhoneiros para suportar a rotina da estrada por muitas horas.
Os medicamentos aprendidos em sua maioria são remédios de uso comum, como antiinflamatórios, relaxantes musculares, para disfunção erétil e abortivos. No mês de abril, em apenas uma abordagem, na delegacia de Cristinápolis, distante 115 quilômetros de Aracaju, foram apreendidos quatro mil comprimidos de Misoprostol – usado como abortivo – e mais de dois mil comprimidos de Pramil, medicamento de comercialização proibida no país, mas que é utilizado para disfunção erétil e estimulante sexual.
Segundo o chefe do Núcleo de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal, Flávio Vasconcelos, em geral esses medicamentos entram no Estado pela divisa com a Bahia, vindos do município de Feira de Santana. “A BR-116, na Bahia, é a principal ligação da Região Nordeste com o Sudeste e Sul do país e isso facilita o transporte desses medicamentos”, explicou.
A fiscalização das cargas que são transportadas nas rodovias federais é uma das atribuições da Polícia Rodoviária Federal. De acordo com o inspetor Vasconcelos, no trabalho diário do policial rodoviário, além das denúncias recebidas da população, quando ele aborda um veículo é feita uma inspeção para encontrar qualquer irregularidade. Ele explicou que no caso específico de medicamentos são realizados dois trabalhos: de combate ao uso de anfetaminas por profissionais do volante e outro de fiscalização tributária, visando descobrir o transporte irregular de medicamentos.
O chefe do Núcleo de Comunicação da PRF ressaltou, no entanto, que para que a fiscalização seja mais atuante é preciso que a sociedade esteja ciente do papel que a instituição exerce também de combate ao crime e possa colaborar através de denúncias. “Hoje ainda recebemos poucas denúncias nesse sentido, porque geralmente as pessoas associam a Polícia Rodoviária apenas ao trânsito, tanto que no que se refere à Lei Seca recebemos mais denúncias”, disse Flávio Vasconcelos.
As denúncias sobre o transporte irregular de medicamentos, bem como de qualquer outro produto, podem ser feitas através do telefone de emergência da PRF (191). “Esse número não é para ser usado apenas para comunicar acidentes, mas também para denunciar. As pessoas podem ficar tranquilas, porque as denúncias são anônimas, a ligação é gratuita e pode ser feita de celular”, disse Vasconcelos.
Fonte: Jornal da Cidade
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