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José Lima Santana: DE PADIM CIÇO AO URUBU BRANCO

29/8/2009

Há dias, o Ronaldo Ramos, descendente de gente do Brioso (povoado de Santa Rosa de Lima), dos Enforcados (Dores) e do Pé do Banco (Siriri), numa mistura danada (ai, Jesus!), vinha me enchendo a paciência para lhe enviar um artigo. Porém, a minha cabeça andava noutros mundos e o meu tempo andava escasso, como chuva no verão. Agora, não. Tem chovido que é uma beleza. Salvou-me o meu compadre Peixotinho, que andava batendo pernas, há um lote de dias, na terra de devoção ao Padre Cícero Romão Batista, essa figura controversa da Igreja Católica e da religiosidade popular nordestina. Mandou-me ele uma carta, com notícias e indagações. Se o Ronaldo quiser, publique-a, como aí vai. Se não quiser, deixe inchar.

 (*) José Lima Santana
 
Meu compadre doutor Zé Lima,
 
Salve, meu compadre, e salve toda a sua família, na paz e graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. Salve!
Compadre, até parece que eu num ia mais voltar pro meu ranchinho. Como o senhor sabe, eu fui com a minha velha visitar a irmã dela, lá no Ceará, naquelas lonjuras danadas. Sabe o senhor onde mora essa minha cunhada? Na terra abençoada do meu Padim Pe. Ciço do Juazeiro. É, é lá mesmo no Juazeiro, naquele mundo devoto que só vendo. O Ceará todo parece cheio de pequenos Juazeiros. Nas estradas todas, tem um monte de estátuas do meu Padim, aqui e ali, aqui e ali, na frente de cada cancela, em cada povoado, e lá se vai. Uma coisa linda. Imagine o senhor que o padre da nossa cidade num gosta do meu Padim, não. Ele diz que o meu Padim num é santo nem nada. Onde já se viu uma coisa dessas? Quem num é santo é ele, o padre Maneca. Nem é, nem nunca há de ser. T’ esconjuro! Deve ser inveja porque Nosso Senhor num deu a ele o sinal da santidade que deu ao meu Padim. Só pode ser.
 
Mas, compadre, foi uma viagem abençoada por Deus. Bati pernas num monte de lugar. Fui até na terra daquele cabra que já foi candidato a presidente e casou com aquela bonitona das novelas, o tal do Ciro. A raça dele é lá de cima, de Sobral. Tive lá, sim senhor. No Canindé, no Quixadá, no Quixeramobim, no Crato e num monte de lugar grande e lugarejo. Vi uns açudes danados de grandes. Um tal de Orós, um tal de Castanhão. Foi uma verdadeira romaria. E por falar em romaria, nunca vi nada igual às romarias do Juazeiro, a cada dia 20 do mês. Um festejo divino. Uma coisa mais do que linda. Pense o senhor numa coisa linda. Pense, agora, numa coisa mais do que linda. O marido da minha cunhada num é crente em Deus, não senhor. Diz que tudo aquilo é besteira, é só pra Igreja Católica ganhar dinheiro nas costas dos bestas. Isso é o que ele diz. Um herege é o que ele é. Ele diz que tanto faz a Igreja Católica quanto aquela Igreja do bispo que tem até televisão. O que arrecada sacos de dinheiro. Mas não é não. Bem, pelo menos, eu acho que é bem diferente. A Igreja da gente num pede para ninguém vender o que tem pra dar em sacrifício a nenhuma fogueira santa, não senhor. Mas cada um pensa e diz o que quer, né não? Se bem que tem uns padres que gostam muito de dinheiro, que têm o bolso da batina ou da calça muito fundo. Tem até padre cuja barriga é um cemitério de galinha, quando chega pra comer na casa alheia. Isso lá é verdade. Mas é diferente daquele bispo. É o que eu acho. Mas o marido da minha cunhada acha mesmo que toda religião só quer o “venha a nós”. O “vosso reino”, nada. Deixe pra lá, compadre. Deus é quem julga. O resto é briga de gente graúda. É briga de televisão com televisão. Os grandes são como cães: latem, mas não se mordem. E eu sou bem pequeno, né não? Tou fora!
 
Ah, meu compadre, o senhor num sabe quem foi que eu encontrei por lá... Um senador do Maranhão. Do Maranhão ou do Amapá? Dizem que é quase o dono de lá e de cá. Pelo menos foi o que a minha cunhada Das Mercês me garantiu. Ela viu o homem de frente. Ali, quase cara a cara. Eu mesmo só vi as costas do sujeito, mas minha cunhada disse que era ele, sim. Aquele do bigodão. Muita gente viu. Dizem que ele foi pedir ao meu Padim pra num cair em desgraça de uma vez. E deu certo. Os cupinchas dele seguraram o barco, apesar de todo o bafafá, de todo o chiado. A tropa de choque falou mais alto, ou melhor, teve mais votos. Também pudera. O grande molusco, que é como chamam por aí o homem de Garanhuns, meteu a colher até o fundo do prato. Teve senador lá do partido dele que falou baixinho, fora do microfone, como se tivesse com medo de pegar a tal da gripe suína, deixada ali por alguém contaminado. O líder deles disse: “vou largar a liderança”. Depois disse: “num largo, não”. Êpa, gentinha danada. Êpa, osso bom de roer. Ninguém larga. Pode ser osso graúdo ou miúdo. O importante é que seja osso. Largar? Nan-nan-nan, nan não. Teve até senador lá deles, quer dizer, do povo das estrelinhas, metido a ser juiz de futebol, mostrando cartão vermelho. O senhor viu? Foi esta semana. É palhaçada de um lado, é palhaçada do outro. O que é que vai ser de nós, hein compadre? Só o senhor se candidatando. Mas eu sei que o senhor num quer nem ouvir falar num troço desses não. Tá certo, meu compadre. A panela dos políticos tá mais suja do que melação de menino novo. É verdade que tem umas exceções. Poucas, bem pouquinhas, aqui ou ali. Político de sangue no olho e cabelo nos buracos das ventas é coisa faltante. Ou quase.
 
E por falar em político, como é que tá a coisa por aí, na capital? A Belinha, sua afilhada, esteve aqui no fim de semana e disse que tem um monte de conversa, nos jornais e nos rádios. Já tão se movimentando mesmo, compadre? As eleições já vão ser no ano que vem, né não? Dizem que, num lado, tem gente contrariada, de beicinho crescido, querendo mudar de lado se num for atendida no que tá querendo. E tem gente sorrindo, do outro lado. Cambada, cambada de sabichões. É cobra engolindo – ou querendo engolir – cobra. E o povo, ó: tadinho do povo, como se dizia na televisão. Eu, meu compadre, já sei em quem é que vou votar. Compadre, a coisa tá feia em tudo que é canto. É roubo aqui, é morte matada ali... A coisa tava feia antes, a coisa tá feia agora. Afinal, quem é que vai mudar as coisas, de verdade? Só o meu Padim tendo piedade de nós. Do contrário, é perdição em riba de perdição.
 
Mas, compadre, mudando de assunto, e falando noutro desastre, igual ou pior do que a política, o que é que tá acontecendo com o nosso time, hein? Será que num tem jeito, esse Flamengo? Ainda quarta feira foi pras cucuias. O time num joga nada, nem pedra em santo, que Deus me perdoe. Ah, compadre. Eu vi na televisão, lá no Ceará, que roubaram um urubu branco pras bandas da Itabaiana. Hum... Jesus é mais. Botaram suspeita pra uns cearenses que visitaram o parque onde o urubu branco estava. Pra quê é que os cearenses iam querer um urubu? Ora, cearense gosta mesmo é do meu Padim, de farinha e rapadura. Aí, sim, tá com eles. Vige Maria! Mas um urubu, mesmo que seja branco? Cearense tem é medo de urubu, bicho que antevê desgraça, que chama seca pra poder ter carniça pra comer. Num creio que tenha sido cearense nenhum, não.
 
Zé Brito, meu vizinho, que é um cabra descarado, e disso todo mundo sabe, cheira peido de político, metido a ser vascaíno, sem ser nada, pois nem de futebol ele entende como nós, anda dizendo por aqui que quem roubou o urubu branco foi a torcida do Flamengo pra fazer mandinga, pro time sair do buraco. Esse Zé Brito é mesmo um cabra à toa. Se ele vier dizer isso a mim, parto-lhe as fuças. Comigo ele não se mete, não. Macaco sabe em qual pau se trepa, né não?Depois, o time dele, ou o que ele diz torcer, é o vigésimo primeiro do Brasil. Bela colocação! Se o time dele é o primeiro da segundona, e tem 20 times na primeirona, é vigésimo primeiro colocado, no geral, né não? Mas, pra quê é que um flamenguista vai querer um urubu branco? O urubu do Flamengo é preto. É urubu de verdade, comedor de carniça. Os outros times é que são as carniças. Pouca gente se dá conta disso. Muita gente fica perguntando: como é que um time tem um urubu como mascote? Como é? Pra quê é? Ora veja. É pra comer a carniça dos adversários. Quá, quá, quá, quá. Mas, hoje em dia, a urubuzada num tá comendo nada. A coisa tá preta, compadre. Êpa! Se a coisa tá preta, talvez faça sentido ter roubado o urubu branco. Ih, agora fiquei com dúvida, compadre. Será que foi mesmo um flamenguista?
 
Se o senhor num aparecer por aqui, por estes dias, eu vou lhe ver nas Dores, ou no Aracaju. Que Deus lhe conserve em paz.
         Seu compadre, Peixotinho.
 
P. S. Compadre, aí, no Aracaju, tem Igreja de São Judas Tadeu? Se tiver, faça uma visita ao santo. Sabe pra quê é, né não?
 
            Ok! Este meu compadre Peixotinho mistura um bocado de coisas, mas, no fundo, no fundo, ele acaba tendo razão. Eu acho. Não é, não?
 
 
(*) Advogado, Mestre em Direito, Professor da UFS, Membro da ASL e do IHGSE.
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