1. Do ponto de vista político, a atratividade do PMDB para 2010 não é tão significativa. Para qualquer conclusão, há que se avaliar a eleição mais sinérgica com a presidencial, que é de governador. Em São Paulo, o PMDB terá papel coadjuvante e assim mesmo próximo à oposição. No Rio Grande do Sul, terá um candidato forte a governador, mas o PT lançou Tarso Genro, desconsiderando essa importância. No Paraná, os candidatos que se destacam são os do PDT e PSDB. Em Santa Catarina, o PMDB pode até coligar-se sem ficar com a cabeça da chapa.
2. No Estado do Rio, a candidata do PT a presidente preferiu ter dois palanques, quem sabe três. Em Minas, o PT lançará candidato contra o ministro e candidato do PMDB. Na Bahia, a campanha polariza entre o governador do PT e o ex-governador do DEM. Em Pernambuco, polariza entre o governador do PSB e o ex-governador do PMDB, crítico de seu partido e fechado com Serra. No Rio Grande do Norte é o DEM o favorito. No DF idem. Em Goiás, Lula deixa a tradição do PMDB de lado e propõe lançar o presidente do Banco Central pelo PP.
3. No Mato Grosso, outra vez o DEM lidera e a força do PMDB não é significativa. Em Tocantins, vive o risco do mandato de seu governador. No Mato Grosso do Sul, Paraíba e Maranhão o PMDB tem destaque. Mas pelo menos em dois casos o PT desconsidera essa hegemonia e lança candidatos. Em Sergipe, o governador do PT enfrentará a oposição do DEM. Em Alagoas, o desgaste do PMDB e do PSDB relança Collor. No Acre, o PT permanece forte. No Amazonas, Rondônia e Roraima, há equilíbrio. No Pará, o PT vai com sua governadora. E no Amapá, é o PDT que dá as cartas.
4. Por outro lado, toda a coreografia ocorrida no Senado nos últimos meses gera um desconforto dentro do próprio do PMDB. Faz lembrar Groucho Marx: - "Entrar para esse clube? Eu? Não! Eu não entraria para um clube que me aceitasse como sócio".
5. Resta, portanto, um raciocínio apenas. O que Lula quer do PMDB é o tempo de TV. Tática, aliás, que fazia muito mais sentido numa eleição plebiscitária onde Lula pudesse vir liderando a Comissão de Frente. Os atritos federativos serão de tal ordem que- se tivesse volta atrás, depois dos fatos do senado- o melhor teria sido combinar com o PMDB para lançar à vontade seus governadores como outro palanque de Dilma/Lula, desde que não tenha candidato a presidente, para, no mesmo raciocínio, não dar o tempo de TV para ninguém.
Fonte: Ex-Blog do Cesar Maia